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EUROPA | Marcelo Rebelo de Sousa pede iniciativa à UE para enfrentar desafios do pós-guerra

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A recuperação económica no pós-guerra, o alargamento, a política de migrações, a energia e a renovação geracional, são os desafios aos quais a UE deve responder com determinação.
Perante um Parlamento Europeu reunido em assembleia solene, esta quarta-feira, o Presidente da República de Portugal enumerou “uma urgência e sete desafios” que, na sua perspetiva, requerem “iniciativa” da União Europeia (UE) para o ciclo político 2024-2029.

Aludindo à invasão da Ucrânia, que considera uma “guerra ilegal, injusta e imoral, erro chocante da Federação Russa” e ao qual a Europa respondeu “firmeza, unidade, solidariedade, cooperação transatlântica e com visão de futuro”, Marcelo Rebelo de Sousa considera urgente garantir que da guerra “possa sair uma paz legal, justa e moral, respeitando o direito internacional e prevenindo novas guerras”. Sobre o novo cenário pós-guerra, do qual irá resultar uma “nova balança de poderes”, o presidente de Portugal defende que UE deve ter um papel “o maior, o mais forte possível! Senão acabará por ser o menor, o mais fraco possível”.

O Presidente da República Portuguesa defende ainda o alargamento da UE, “com a melhor preparação política institucional e económico-financeira possível”.

Outro dos desafios a médio e longo prazo com os quais a UE se defronta, na opinião do Presidente da República de Portugal, passa pela resposta a um contexto de desafios externos e internos. Neste sentido, Marcelo Rebelo de Sousa propõe “acelerar a recuperação da economia e não minimizar reflexos sociais mediatos e os efeitos políticos da inflação”, entre outros impactos da pandemia de COVID-19 e da guerra na Ucrânia.

A forma como a UE se relaciona com outros continentes é também um desafio com impacto a médio e longo prazo e que deverá ser respondido de forma “determinada”. Na visão do Presidente da República de Portugal esta resposta deve ser aberta e não deve implicar congelamento de acordos. “Não pode adiar aquilo que a prazo só criará problemas nas migrações e na compreensão do peso da Europa no mundo. Os egoísmos nacionais têm de ceder perante os valores da União Europeia”, declarou.

O presidente de Portugal apela ainda a uma UE “pioneira no clima,na energia, no digital e no conhecimento. “Se não for, ficará para trás”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo Rebelo de Sousa defende ainda que a UE de seguir o exemplo de outros continentes e tomar iniciativas “a tempo” e que rejuvenesça “os sistemas políticos, económicos e sociais” dos Estados-Membros. O Presidente da República de Portugal alertou que a falta de rejuvenescimento das instituições e a alienação dos jovens criará condições ao aparecimento de populismos e movimentos antissistémicos. “Se assim for é por nossa culpa”, advertiu Marcelo Rebelo de Sousa.

As eleições europeias de 2024 e o facto de vários países europeus, bem como os EUA, terem eleições nacionais antes de 2029 colocam a UE perante “dois caminhos”: gerir o dia-a-dia ou preparar futuro, construindo-o a médio e longo prazo.

Advertindo que a guerra da Ucrânia e a mais demorada recuperação económica podem levar ao adiamento de decisões, o Presidente da República de Portugal defende que o futuro deve ser preparado, tomando “a iniciativa”. “Eu, Portugal e os portugueses, acreditamos numa Europa mais forte, que lidere, que antecipe e não que vá a reboque dos acontecimentos”, disse.

“O mundo merece uma Europa mais forte. A Europa, como sempre, vencerá!”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

PE/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.