CRÓNICAS DA ILHA E DE UM ILHÉU | Um esboço que começou há 4 anos, por Maurício de Jesus
Novembro de 2023
Canada de Levada, Vila do Topo,
São Jorge, Açores
Completam-se, nestes dias em que se celebra a Festa da Padroeira Santa Catarina, 4 anos desde o nascimento do esboço da Rádio Ilhéu, sediada na Vila do Topo, na Ilha de São Jorge. Em 4 anos, de altos e baixos, houve quem nos surpreendesse pela positiva e também pela negativa. Oficialmente, a sua data de fundação consta de 13 de fevereiro de 2020 – data em que a Entidade Reguladora da Comunicação aprovou o seu registo e criação.
Posso dizer que “por não haver mais ninguém” e por estar sediada na Vila do Topo, “temos tido sorte” neste caminho e percurso. Para alcançar essa “sorte” ao longo destes quase 4 anos, tentamos ir ao encontro dos rostos e pessoas, da atualidade e das iniciativas, das notícias e reportagens, dos que cá vivem e dos que estão fora, de quem nos acompanha sempre com o intuito de informar, de fazer com pouco, o muito, respeitando algumas vezes opiniões e decisões que depois de “algum suor e dedicação” nestes anos por vezes desmotivam quem cá vive, tenta viver ou vai sobrevivendo – como dizia o nosso amigo Luís Gomes.
Todos temos sonhos. Uns maiores, outros não alcançáveis e outros do dia a dia. Eu, o “Maurício da Canada d’Levada”, estou certo neste momento – não trocaria nenhum desses sonhos maiores, não alcançáveis ou do dia a dia, pela Rádio Ilhéu. Não somos melhores que ninguém. Mas esta “criança” – a web Rádio Ilhéu – tem dado os seus passos e deixa-me orgulhoso acompanhar todos os dias o que de bem e de menos bom fazemos.
Não menos importante e desafiador é estar na Vila do Topo, no concelho da Calheta. Com cada vez menos população, isolada numa Ponta da Ilha de São Jorge, uma zona que tem a ‘Festa da Me&%#A’, apelidada por alguns e que dia a dia, e não me estou a referir à política, mas sim a opiniões e constatações, é deixada e ignorada vezes sem conta ao rolar da maré. Felizmente, a vida, por mais desilusões que traga, há sempre um amor para a vida – e a Rádio Ilhéu é esse meu amor.
Talvez um dia – alguns dos Açorianos, dos Jorgenses, dos Velenses, dos Calhetenses, dos Topenses – ou tantas outras comunidades de Portugal e do mundo, percebam o valor no NOSSO e no NÓS. Porque, como já é sabido, “Santos da casa não fazem milagres”.