ATUALIDADE | TAP. Paulo Moniz diz que “reverter privatização foi a pior decisão do Governo da República”
O deputado à Assembleia da República Paulo Moniz disse hoje ao ministro Pedro Nuno Santos que “reverter a privatização da TAP foi a pior decisão do Governo da República”, num processo atribulado “que já perfez mais de 3 mil milhões de euros de prejuízos para os portugueses”, afirmou.
O social-democrata falava durante o debate de atualidade sobre a privatização da companhia aérea TAP, solicitado pelo PSD, onde lembrou que, em dezembro deste ano, “a empresa vai receber a última injeção pública de capital, no valor de 990 milhões de euros”.
“Juntando ao montante dos últimos dois anos, após a decisão do governo socialista de nacionalização do capital da TAP, perfazem-se 3,2 mil milhões de euros injetados, numa absorção imparável dos impostos dos portugueses”, referiu Paulo Moniz.
O parlamentar lembrou que “a privatização da TAP constava explicitamente do memorando da Troika, negociado e assinado pelo governo de José Sócrates e Teixeira dos Santos, como resultado da bancarrota a que o PS, pela terceira vez, conduziu o país. E tornou-se urgente porque a situação era de emergência operacional agravada”.
Mas, depois disso, “o Governo PSD/CDS encontrou uma solução para honrar os compromissos firmados e assinados por outros, garantindo estabilidade e desonerando o Estado e os impostos dos portugueses”, num plano de reestruturação e recapitalização “que foi crónico e obrigatório, apesar de ser uma decisão difícil, entre tantas outras”.
“Mal tinha passado um mês depois da venda da TAP e o governo de António Costa decidiu mudar, sem estratégia, as regras do jogo, porque o Estado tinha que deter 50% da empresa”, relatou Paulo Moniz.
“Não houve definição estratégica de modernização e rejuvenescimento empresarial, e era preciso promover alienações dos negócios ruinosos, num novo velho caminho, necessário para robustecer a geringonça”, explicou.
Paulo Moniz acusou António Costa e Pedro Nuno Santos de colocarem, “de novo, o dinheiro dos contribuintes em risco, expondo-o a uma empresa repetidamente deficitária e aceitando a condição de não controlar a gestão. Pagou com o dinheiro de todos nós 50% da recompra da TAP e não mandava nada na empresa, nunca justificando tecnicamente a decisão, segundo o Tribunal de Contas em 2018”, adiantou.
“Com o aparecimento da pandemia, o turismo paralisou, mas a hipótese de depois conseguir pôr a TAP sob o programa de ajudas europeias saiu gorada”, disse.
“Numa altura em que se diminuem apoios às famílias e às empresas, à economia e aos reformados, desbaratam-se centenas de milhões de euros em planos de sustentabilidade duvidosa”, frisou Paulo Moniz, insistindo que o Governo de António Costa “apressou uma compra ruinosa, que absorveu 3 mil milhões de euros, e agora apressa a venda em 12 meses, sem nunca ter a humildade de assumir que errou em toda a linha”.
“O debate de hoje é bem mais do que um debate sobre a companhia aérea TAP. É um debate sobre a decência, da gestão da coisa e da causa pública, e da utilização com rigor e dos dinheiros públicos, para serem usados sem desperdício e irresponsabilidade”, apontou ainda Paulo Moniz, pugnando “pela decência da ação política, pelo rigor da governação e pela dignidade e bom nome do Estado Português”, concluiu.
PSD/AÇORES/RÁDIOILHÉU