ATUALIDADE | Navio Azores Ocean servirá “Portugal inteiro” e consolida papel da Região no campo da investigação, realça José Manuel Bolieiro
O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, declarou, em Vigo, que o navio de investigação Azores Ocean, hoje lançado ao mar, servirá “Portugal inteiro”, representando um elemento de reforço do papel da Região no campo da investigação.
Na sessão tida nos estaleiros Armon, a quem José Manuel Bolieiro agradeceu pela “competência, diligência e capacidade de realizar”, foi lembrado o percurso do investimento e assinalado o “compromisso” dos Açores para com o seu mar.
“Somos mais mar que terra e estamos potenciando com ciência um país atlântico com relevância no mundo. Estamos a dar bons exemplos. Somos um exemplo para a sustentabilidade”, lembrou ainda José Manuel Bolieiro.
O navio de investigação está orçado em cerca de 20 milhões de euros, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Integrado numa estratégia de valorização da eficiência energética e de diminuição do impacto ambiental, este investimento visa a construção de uma plataforma moderna, com altos padrões tecnológicos em termos de capacidades, de equipamentos e com elevado desempenho energético.
Para o Presidente do Governo, iniciativas como o Azores Ocean representam “elementos disruptivos” que têm na matriz “um objetivo maior que tem a ver com a identidade açoriana e portuguesa”.
“Eis, pois, não apenas um instante de mensagem política, de um ciclo político, mas sim de um objetivo e uma causa que ultrapassa gerações, regiões, e estados”, prosseguiu, antes de lembrar o papel dos Açores, ainda no campo do mar, na definição das Áreas Marinhas Protegidas.
O Azores Ocean tem como objetivo capacitar a Região de uma plataforma tecnológica de acesso ao mar profundo do Atlântico Nordeste central, e em especial da Zona Económica Exclusiva do arquipélago.
“Os Açores querem ser relevantes num futuro que estamos a construir no presente. Pela sustentabilidade, pela ciência, pela investigação, pelo serviço à humanidade”, defendeu ainda José Manuel Bolieiro, reiterando o desiderato de transformar “uma Região de necessidades numa Região de oportunidades”.
O navio, que será agora equipado e viajará para o arquipélago no final de 2025, será registado no Registo de Bandeira Português como navio de investigação, com a lotação mínima de 20 pessoas para navegação global, excluindo as zonas com gelo, dez tripulantes técnicos e dez tripulantes científicos. Adicionalmente o navio terá lotação para um mínimo de 30 pessoas embarcadas em viagens diárias.
O novo navio terá capacidade para atuar, entre outras, em áreas como o mapeamento dos fundos marinhos (batimetria com base em equipamentos acústicos), prospeção e exploração biológica de organismos com aptidão biotecnológica, apoio ao desenvolvimento de tecnologias de produção de energias renováveis offshore ou formação de ativos no âmbito da Escola do Mar dos Açores.
Entre outros equipamentos, o navio será equipado com equipamento acústico eletrónico que maximizará o potencial de investigação da plataforma até uma profundidade de no mínimo cinco mil metros.
Com 45,95 metros de comprimento e 10,5 metros de boca, o navio terá uma autonomia de 15 dias, dispondo de propulsão diesel elétrica. Incluirá camarotes correspondentes à sua lotação máxima, sala de aulas, laboratórios (seco e húmido) e centro de dados.
Juntamente com o futuro centro de investigação Tecnopolo – Martec, a ser construído na cidade da Horta, o novo navio irá trazer novas oportunidades de investigação científica e desenvolvimento nas áreas das pescas, da biotecnologia ou das engenharias marinhas.
Na sessão de hoje em Vigo marcaram presença também entidades como a Secretária de Estado do Mar, Lídia Bulcão, em representação do Primeiro-Ministro, ou o Subchefe do Estado-Maior da Armada, Contra-Almirante João Silva Pereira, em representação do Chefe de Estado-Maior da Armada – José Manuel Bolieiro destacou quer o relacionamento com o Governo da República quer com a Armada, perspetivando a continuação de ações estratégicas em sinergia com ambas as entidades.
GRA/RÁDIOILHÉU