ATUALIDADE | IL. Semana de 4 dias de trabalho é uma inevitabilidade e os Açores devem preparar-se para tal

O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, considerou, esta quarta-feira, que os Açores “devem preparar-se” para “a inevitabilidade de caminharmos para a semana de trabalho de 4 dias”, lembrando que tal solução laboral “é uma opção de escolha e uma liberdade contratual entre empresários e trabalhadores”.

Num debate parlamentar sobre a possibilidade de se implementar um projeto-piloto nos Açores sobre a semana de 4 dias de trabalho, Barata frisou que importa à Região “preparar-se, senão haverá o dia em que vem um regulamento comunitário de aplicabilidade direta e nós não estamos preparados. Vem uma alteração do Código do Trabalho, por via da aplicação de uma diretiva comunitária, e nós não estamos preparados”. 

“Este é o momento também de nos começarmos a preparar para este avanço civilizacional que é a semana de 4 dias de trabalho. Sendo uma questão de escolha, sendo uma questão de preparação do setor, sendo uma questão que é importante para o bem-estar dos trabalhadores e para a produtividade das empresas, não parece que venha mal ao mundo fazer uma experiência desta natureza nos Açores”, afirmou o liberal.

“Esta é uma opção de escolha de empresários e trabalhadores. Desde logo não obriga ninguém a aderir à semana dos 4 dias, mas também não proíbe ninguém de o fazer. É uma inevitabilidade no mundo ocidental caminharmos para uma situação de semana de 4 dias de trabalho. Aliás, já há muitas empresas que não só que reduzem o horário de trabalho, como permitem que o trabalhador faça algumas das horas de trabalho a partir de casa ou em sistema de mobilidade e o que é facto é que, das experiências e estudos realizados, o que se constata é que as próprias empresas se mostram satisfatórias com os resultados”, acrescentou. 

Nuno Barata apontou alguns dados de um estudo realizado em 2023 em Portugal sobre a matéria, para lembrar que “98% das empresas põem a hipótese de implementar a semana de 4 dias”, após experiências onde reduziram de “39,3 horas de trabalho semanal para as 34 e que tiveram resultados satisfatórios, principalmente, naquilo que diz respeito ao absentismo, à sanidade dos trabalhadores, nomeadamente: 21% de melhoria na assiduidade, 23% de melhoria na fadiga, 19% de redução dos problemas de sono dos trabalhadores”, entre outros. 

Reconhecendo que tal matéria depende de setor de atividade para setor de atividade, o parlamentar da IL/Açores diz que “há casos óbvios em que, provavelmente, as empresas vão ter que contratar mais trabalhadores para fazer a mesma coisa, mas, obviamente, que com as ferramentas que hoje estão ao nosso alcance, não podemos ficar estáticos e pensar as empresas e o trabalho como pensávamos há 30 anos”.  

Para Nuno Barata não há dúvidas: “vamos ter que, cada vez mais, trabalhar até mais velhos e é bom que tenhamos, ao longo das nossas semanas de trabalho, tempo para fazermos aquelas coisas que gostamos de fazer, porque a vida não é para ser vivida com sacrifícios, a vida é para ser vivida na plenitude”. 

IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU