ATUALIDADE | Filmes de Wim Wenders na abertura e encerramento da décima edição do ‘Montanha Pico Festival’
Além do tema principal, a cultura e o cenário montanhoso, a décima edição do Montanha Pico Festival tem como tema especial a arte.
Wim Wenders é um cineasta, dramaturgo, fotógrafo e produtor de cinema alemão, e uma das mais importantes figuras do Novo Cinema da Alemanha. Desde 1996, Wenders é presidente da Academia de Cinema Europeu e duas das suas obras fazem parte do festival na ilha do Pico.
Para a abertura, na quinta-feira, 4 de janeiro, o seu último filme, Anselm, abre nas casas de cinema por todo o país, incluindo o evento especial no Auditório Municipal das Lajes do Pico. Uma experiência cinematográfica única que mergulha no trabalho de um artista e revela o seu percurso de vida, a sua inspiração e o seu processo criativo, bem como o seu fascínio pelo mito e pela história. Passado e presente entrelaçam-se para esbater os limites entre o filme e a pintura, permitindo-nos uma imersão completa no extraordinário mundo de um dos maiores artistas contemporâneos, Anselm Kiefer. Um retrato único captado ao longo de dois anos.
Para o encerramento do festival, no sábado, 27 de janeiro, desta vez no Auditório da EBS de São Roque do Pico, trinta anos depois, com cópia restaurada, voltamos a um já clássico do grande cineasta. Debaixo de um monte de cartas está um lacónico, porém imperativo, telegrama: o engenheiro de som Philip Winter tem que viajar até Lisboa para ajudar o seu amigo Friedrich Monroe, que está a rodar um filme naquela cidade. Lisbon Story, ou A Viagem a Lisboa, inspirado na música doce e cadenciada, e numa cidade encantadora, é um diário de viagem filosófico sonhador feito num estilo indulgentemente poético, como disse, e bem, o New York Times.
No tema da arte, o festival ainda apresenta AMADEO, o filme de Vicente Alves de Ó, na sexta-feira, 12 de janeiro, no Auditório da Madalena. Amadeo de Souza-Cardoso viveu, em apenas 30 anos, uma vida intensa e fulgurante. Nasce e vive em Manhufe (Amarante), veraneia em Espinho, fixa-se em Paris onde estuda na Academia de Belas-Artes e integra um extraordinário círculo de artistas modernistas que marcaram a história da arte do século XX. Com apenas 23 anos celebra a sua primeira exposição conjunta com Modigliani rodeado pelo seu círculo de amigos, entre os quais Picasso, Apollinaire, Brancusi, Derain, Emmerico Nunes e Max Jacob. O pintor deixou de trabalhar em 1918, quando a gripe pneumónica atingiu Portugal, acabando por falecer a 25 de outubro deste ano. Através de Almada Negreiros e Sarah Afonso, que procuraram os seus quadros perdidos, a sua memória perdura até hoje.
MIRATECARTS/RÁDIOILHÉU