Decorreu no dia de hoje, 27 de julho, uma reunião entre a Federação de Bombeiros da Região Autónoma dos Açores e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, a pedido deste último.
A reunião realizada no Quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, teve como ponto principal debater a atualização da tabela salarial dos Bombeiros da Região Autónoma dos Açores.
Braia Ferreira, Presidente da Direção da FBRAA em declarações à Comunicação Social referiu que, “O que eu defendo é uma musculação e um reforço do financiamento das associações, que nos permita dar resposta a várias questões”, disse hoje o presidente da FBRAA, José Braia Ferreira, no final de um encontro com o presidente do SNBP.
Questionado sobre a posição das Associações sobre aumentos dos vencimentos, o Presidente da Federação referiu que, O presidente da Federação, José Braia Ferreira, defendeu “uma musculação e um reforço do financiamento das associações”, que permita dar resposta a várias questões, a começar pelo aumento dos salários dos bombeiros, “que é justo, é digno e é dignificador da sua própria carreira”.
Também sugeriu, a criação, a nível nacional, “de uma carreira digna para aquilo que hoje se define como bombeiros profissionais” e “que se dê às associações a garantia do financiamento e da prestação de serviços”.
“Não podemos esperar que o Estado queira que as associações se comportem normalmente, se é o primeiro a não pagar. Nós temos neste momento 1,5 milhões [de euros] de dívida do Estado às associações dos Açores”, denunciou.
E questionou: “Como é que é possível pedirem a 17 associações humanitárias, que se regem por um regime privado, que financie o Estado?”
José Braia Ferreira também declarou que a Federação não se opõe a aumentos salariais para 2024, “como nunca se opôs”.
“Para nós, os bombeiros açorianos deviam estar a receber muito mais do que aquilo que recebem, mas a questão principal são as fontes de financiamento. As associações humanitárias dos Açores não têm uma receita única que vem de um orçamento único do Estado ou da Região, concretamente, ou das autarquias”, justificou.
Lembrou que os bombeiros obtêm receitas de várias atividades, como pré-emergência (financiada pelo Governo Regional), presença nos aeroportos (ANA e SATA), transportes não urgentes (unidades de saúde) e serviços à comunidade.
Para ultrapassar as dificuldades de financiamento, o presidente da Federação sugere que sejam tidos em conta exemplos estrangeiros (Canadá, Estados Unidos, Bélgica e França) e o caso da Região Autónoma da Madeira.
Sobre a profissionalização dos bombeiros, disse que não pode acontecer como é proposta, ou seja, “apenas sobre a responsabilidade das associações, porque se o problema de base é o financiamento, a profissionalização só vem agudizar mais essa questão e não resolvê-la”.
Terminou a reunião com a garantia de ambas as partes que o foco são os bombeiros e a subsistência das Associações, estando ambas as entidades em sintonia do que é necessário fazer para alcançar os objetivos delineados.
AHBVIG/RÁDIOILHÉU