Na ilha do Pico são várias as situações que continuam sem fim à vista, ou cujas soluções encontradas não dão resposta adequada à dimensão dos problemas. Durante as Jornadas Parlamentares, que decorreram durante três dias na ilha montanha, os deputados do CHEGA foram conhecer alguns destes problemas de perto e ouviram as pessoas e quem realmente pode ajudar a encontrar soluções.
Foi assim, por exemplo, no Porto de São Roque “onde as pessoas do mar nos dizem que a obra está mal feita”, referiu o líder parlamentar José Pacheco, que deu também o exemplo do porto das Flores afectado pelo furacão Lorenzo e que desde o início da obra, os homens do mar denunciavam a sua má projecção.
É assim também no porto velho da Madalena, onde o acumular de algas deixa um cheiro nauseabundo e má imagem a toda aquela zona central da Vila. “É uma pouca-vergonha aquela rampa, é um crime ambiental que não se vê solução à vista. Os anos vão passando, o problema vai-se mantendo, os Orçamentos vão tendo uma verba para resolver a situação, mas nada é feito”, destaca José Pacheco que lembra que “as pessoas entendidas em mar dizem que não deve ser feito ali nada daquilo que o Governo Regional pretende fazer”. Na prática, continuam a ser apontadas soluções, “sem ouvir as pessoas que sabem”.
No final das Jornadas Parlamentares do CHEGA, na ilha do Pico, José Pacheco exige que “o Governo Regional vá para a rua, largue os gabinetes e arranje novas soluções para velhos problemas”, não só no Pico, mas em todas as ilhas dos Açores.
O líder parlamentar do CHEGA falou, em concreto, da “alarmante crise na habitação” que apesar de ser preocupante em todas as ilhas, no Pico assume uma particularidade: “temos currais de vinha a criar “lenha”, infestantes, ratos, quando se podia estar a usar esses espaços para habitação. Não queremos massificação, nem encher todos os espaços com construção, mas criar espaços em equilíbrio com o meio ambiente”. Até porque, o Pico é apetecível e tem atraído estrangeiros com poder de compra muito elevado, que impedem que os Picoenses consigam adquirir habitação a um preço justo.
O CHEGA entende que é necessário cativar os mais jovens, “mas com coisas concretas, com mais emprego. Esta ilha tem um potencial imenso, não só a nível económico como a nível social, mas falta mão-de-obra porque os beneficiários do Rendimento Social de Inserção estão nos cafés. Há pessoas que não trabalham por opção e porque os políticos lhes estão a dar um ordenado que é o RSI”, concluiu.
Outra das questões levantadas pelo CHEGA no Pico, prende-se com o encerramento da Escola Primária da Madalena no próximo ano lectivo, o que implica a deslocação de cerca de 170 alunos para a Escola Profissional do Pico.
“Não é aceitável que uma escola que foi inaugurada em 2009 tenha tantos problemas, sem que sejam apuradas responsabilidades. As nossas crianças merecem ser tratadas com mais carinho e não serem despejadas em outras escolas com alunos que já são jovens adultos”, destacou o parlamentar.
Durante os três dias na ilha do Pico, os deputados do CHEGA contactaram com muitas pessoas nas ruas, nos três concelhos da ilha, tendo ouvido também algumas denúncias e problemas com que os Picoenses se debatem.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU