ATUALIDADE | Bloco quer ter mais força nos Açores e assume-se como alternativa às maiorias absolutas do PS e à caranguejola de direita
António Lima, eleito ontem para mais um mandato como coordenador do Bloco nos Açores, afirmou que “os Açores não estão condenados a escolher entre as maiorias absolutas do PS ou as caranguejolas de direita” e afirma que o Bloco de Esquerda é “a alternativa responsável e de confiança”.
No encerramento da VIII Convenção Regional do Bloco de Esquerda Açores, antes do início de um ano em que haverá três atos eleitorais – legislativas regionais, legislativas nacionais e eleições europeias – António Lima salientou que “o Bloco de Esquerda está pronto para o desafio que se avizinha, que é de enorme responsabilidade”.
Num discurso centrado na situação de “crise política regional quase certa”, com o previsível chumbo do Orçamento, e na “crise social que se aprofunda a cada dia”, António Lima acusa os partidos de direita que estão no governo – PSD, CDS e PPM – e os partidos que apoiaram este governo ao longo dos últimos três anos – Chega, IL e PAN – de serem irresponsáveis.
O líder do Bloco Açores salienta que o governo de direita passou três anos a desculpar-se com os problemas herdados do passado, dos governos do PS, mas que “não resolveu nenhum”.
“No último ano da legislatura, e porque a desculpabilização já tem mofo, o governo da direita adotou o discurso da vitimização”, apontou António Lima.
O governo da direita “acredita tanto no seu orçamento, nas suas propostas, nas soluções que apresentam para os Açores, que já se prontificou a apresentar outro orçamento ainda antes da atual proposta ser votada”, destaca o coordenador do Bloco Açores.
“O que fará diferente este governo no orçamento de fevereiro que não quis fazer no orçamento de novembro? O que fará de diferente numa próxima legislatura?”, questionou António Lima, concluindo que, “da coligação PSD, CDS e PPM não virá nada de novo”.
“Da extrema-direita só vem a gritaria, o insulto e o ódio. Atacam os mais pobres mas calam-se perante os grandes interesses” e da “da IL, a promessa é que o mercado tudo resolva, deixando as pessoas à sua sorte”, acrescentou.
António Lima considera que “é preciso um novo rumo para os Açores” e que só com um Bloco mais forte será possível construir este novo rumo.
O coordenador do Bloco Açores destacou a implementação de medidas no sector da habitação que impeçam a conversão de casas para morar em serviços para turistas, e anunciou que o Bloco vai propor que, em novos empreendimentos privados, 25% seja destinado ao mercado de habitação a preços acessíveis.
António Lima destaca também uma forte aposta na Educação através da criação e implementação de um plano de combate ao abandono escolar precoce “para que os Açores atinjam a média nacional em 5 anos”, e a apresentação de uma proposta legislativa para tornar o ensino superior gratuito para os residentes nos Açores, para combater um atraso estrutural da Região.
Defender o aumento de rendimentos para os trabalhadores, garantir mais respeito pelo ambiente, combater a violência e discriminação contra as mulheres e a discriminação e a opressão contra as pessoas LGBT, são outras das prioridades do Bloco para os próximos anos.
António Lima defender que “com um Bloco mais forte é possível lutar por uma outra economia”, que aposte no conhecimento, no mar, numa agricultura e pesca mais sustentáveis e “onde os jovens não tenham de emigrar para ganhar mais de 1000 euros”.
“Com o Bloco mais forte não ficará no papel a verdadeira transformação que fizemos aprovar no parlamento para os transportes públicos – contra a vontade da direita – e que o governo de direita não quer cumprir.
“Basta de termos transportes que pouca gente utiliza porque não servem a ninguém!”, disse António Lima.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU