ATUALIDADE | Bloco quer acabar com desigualdade que prejudica centenas de professores deslocados nos Açores
No continente, a partir deste ano, todos os professores deslocados vão receber um apoio ao arrendamento que pode chegar aos 500 euros. Nos Açores, o apoio abrangeu apenas 31 professores e é de apenas 300 euros. O Bloco quer aumentar o valor do apoio nos Açores e abranger todos os professores que dão aulas fora da sua ilha de residência.
“Se queremos atrais professores não podemos dar condições piores do que têm no continente”, alertou António Lima, hoje em declarações após uma reunião com o Sindicato dos Professores da Região Açores.
O deputado do Bloco fez uma comparação com o que acontece, por exemplo, com os médicos: “Foram criadas condições melhores nos Açores para atrair médicos, não podem ser criadas condições piores para atrair professores”.
A Região está a confrontar-se com um problema de falta de professores, que cresce de ano para ano, porque a formação de novos professores é residual quando comparado com o número de professores que vão para a reforma.
Este ano já foram lançados 167 horários na Bolsa de Emprego Público dos Açores – por onde concorrem professores sem habilitação para o ensino – o que é um sintoma da falta de professores através do processo de concurso.
A atribuição de um apoio a todos os professores deslocados é uma “medida urgente para mitigar este problema”, afirmou António Lima.
“É preciso um apoio para que se aplique a todos os professores deslocados, para que possam concorrer para fora da sua ilha de residência sabendo que vão ter um apoio à renda que lhe permita uma coisa simples como não pagar para trabalhar”, acrescentou.
Sobre o arranque do ano letivo, António Lima assinalou que, mais uma vez, estão a verificar-se atrasos na entrega dos manuais digitais e na ativação das licenças de software.
O deputado alertou que esta é uma medida financiada pelo PRR, que termina em 2026, e que a partir do ano que vem – a manter-se – terá que ser suportada pelo orçamento da Região.
O Bloco considera que a utilização exclusiva dos manuais digitais “é um erro” e continua a defender que deve haver uma utilização articulada entre os manuais digitais e os manuais em papel.
António Lima abordou ainda os problemas de infraestruturas que afetam muitas escolas, apontando o exemplo da Escola dos Biscoitos, que foi noticiada ontem.
“A consequência de não haver manutenções, é ter escolas que representam perigo para os alunos, isso não pode acontecer”, por isso, “quando vemos o governo a dizer que só se farão as obras que dizem respeito a fundos comunitários, significa que obras urgentes, como é necessário na escola dos Biscoitos, vão ficar por fazer”.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU
