ATUALIDADE | Bloco defende renegociação do futuro da SATA com a Comissão Europeia e aponta articulação com a TAP como solução
O Bloco de Esquerda defende que é preciso voltar a negociar o plano de reestruturação da SATA com a Comissão Europeia para evitar “o precipício que o Governo Regional colocou à frente da companhia quando afirmou que a empresa vai fechar se não for privatizada até ao fim do ano”. António Lima aponta a articulação da SATA com a TAP como a solução que pode evitar que os açorianos fiquem abandonados.
Hoje, em declarações após uma reunião com o SITAVA, o deputado do Bloco mostrou estar muito preocupado com o ponto a que o governo deixou chegar a SATA – apesar de ter tido todas as condições para salvar a companhia aérea, incluindo um reforço de capital de 453 milhões de euros – e alerta para o enorme impacto social e económico negativo que teria o encerramento da SATA, quer ao nível da mobilidade dos açorianos, quer ao nível dos postos de trabalho.
“Quer se concorde, ou não, com a privatização, ninguém acredita que isto vai correr bem”, afirmou António Lima. Por isso, o Bloco defende que é preciso parar imediatamente o processo e renegociar com a Comissão Europeia.
“De cada vez que se queima mais um prazo para a presentação de propostas estamos mais à beira de um precipício que o próprio governo colocou à frente da SATA, dizendo que se não for privatizada até ao fim do ano, a SATA fecha. O fim do ano é já daqui a dois meses e isso é grave”, afirmou António Lima
Para o Bloco, a única saída viável passa por uma articulação estreita entre a SATA e a TAP, negociada entre o Governo da República e o Governo Regional, porque a privatização “não tem pernas para andar” e é preciso “garantir que os Açorianos não ficarão abandonados”.
“Se não se encontrar um novo plano de reestruturação do Grupo SATA o cenário é negro”, lamentou António Lima.
Além disso, se se confirmar que a Região vai assumir todo o passivo – condição apontada como essencial à concretização do negócio por um dos acionistas do grupo que pretende comprar a companhia – “isso significa que serão os açorianos a pagar 700 milhões de euros, incluindo os aviões que a nova empresa ficará a operar”.
Neste momento, é a própria viabilidade da SATA Air Açores que pode estar em causa, não só como resultado da privatização da SATA Internacional, mas também pela privatização do ‘handling’ – serviço de assistência em terra – que é uma grande parte da companhia que faz a ligação entre as ilhas dos Açores.
António Lima considera que “é fundamental ter uma empresa que sirva a mobilidade dos açorianos e que sirva a economia dos Açores”.
O deputado criticou ainda o governo por falar apenas da Tarifa Açores e deixou um recado: “sem SATA não há Tarifa Açores”.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU
