ATUALIDADE | Bloco defende apoio ao arrendamento para todos os professores deslocados nos Açores

O Bloco de Esquerda quer apoio ao arrendamento para todos os professores deslocados nos Açores. A partir deste ano, todos os professores deslocados no continente vão receber este apoio – uma iniciativa do Bloco na Assembleia da República – e se os Açores não seguirem o mesmo caminho vão perder muitos professores, alerta António Lima.
Em declarações após uma visita à Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada, o deputado do Bloco de Esquerda salientou que o apoio que existe a nível regional é muito limitado, porque a sua abrangência é definida a cada ano pelo governo e tem contrapartidas por parte dos professores. No presente ano letivo, por exemplo, o apoio poderá abranger, no máximo, 31 professores, em apenas cinco ilhas.
É um apoio que “não chega a ninguém” e “não resolve qualquer problema”, aponta o deputado.
Por isso, o Bloco vai reunir com os sindicatos dos professores para preparar uma proposta de adaptação do apoio que existe a nível nacional, que tem o valor de 150 a 500 euros por mês e que é atribuído a todos os professores colocados a mais de 70 km da sua residência.
Este apoio ao arrendamento é muito importante para atenuar o problema da falta de professores nos Açores, porque os preços da habitação “são insuportáveis, são incomportáveis, e isso terá como consequência, em primeiro lugar, a qualidade do ensino, e prejudicará os alunos”, afirmou António Lima.
O deputado reconhece que a falta de professores é transversal ao país, mas alerta que se os Açores oferecerem condições piores do que no continente, será cada vez mais difícil preencher todas as vagas.
António Lima diz que a secretária regional da Educação “não fez o trabalho de casa”, porque a realidade atual, com a habitação a preços incomportáveis, leva a que haja muitos professores que não concorrem para fora da sua ilha ou do continente para cá.
Após reunir com o conselho executivo da Escola Secundária das Laranjeiras, o deputado do Bloco apontou também o problema crónico da falta de funcionários das escolas, incluindo funcionários para apoio aos alunos com necessidades educativas especiais, e criticou a opção de, mais uma vez, o governo insistir no recurso a programas ocupacionais, em vez de finalmente implementar as bolsas de recrutamento por ilha, que permitiria substituir assistentes operacionais de forma rápida ao longo do ano.
A escola das Laranjeiras, por exemplo, vai abrir sem o número adequado de assistentes operacionais.
Além disso, António Lima aponta a necessidade urgente de obras de requalificação na infraestrutura da escola, onde se verificam situações que podem pôr em causa a segurança dos alunos, dos professores e dos funcionários: situações de queda de peças de betão, fugas de água e problemas elétricos.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU






