ATUALIDADE | Bloco critica RTP pela generalização de contratos precários nos Açores e defende a integração destes trabalhadores
O Bloco de Esquerda considera que a generalização de contratos precários na RTP e RDP nos Açores “é uma vergonha” e que a empresa está a “brincar com a vida destes trabalhadores”. Nas audições realizadas hoje no parlamento dos Açores por proposta do Bloco, até o próprio conselho de administração da RTP reconhece a existência, nos Açores, de “trabalhadores com contrato de prestação de serviços que deviam estar nos quadros da empresa”.
Alexandra Manes considera incompreensível que haja simultaneamente “falta de recursos humanos” e “a existência generalizada de situações de precariedade” na RTP e na RDP nos Açores.
“Não é aceitável que trabalhadores que têm horário definido, local de trabalho fixo, e obedecem a uma hierarquia, sejam considerados trabalhadores independentes ou prestadores de serviços”, disse a deputada.
Alexandra Manes criticou o modelo seguido pelo conselho de administração da RTP que recorre sistematicamente ao trabalho precário e que acaba por só integrar o trabalhador no quadro após uma decisão judicial a favor do trabalhador, em vez de o fazer por decisão própria, no respeito pelos direitos dos trabalhadores.
Além disso, a deputada lamenta que a RTP opte por gastar verbas do seu orçamento para recorrer das decisões dos tribunais que dão razão aos trabalhadores, quando é a própria administração a reconhecer que há trabalhadores em situação de precariedade e a necessidade de que sejam integrados.
Alexandra Manes considera que “é uma vergonha” que a RTP sujeite os trabalhadores a “um período de ilegalidade deliberada” antes de os integrar nos quadros, mesmo quando estes trabalhadores são essenciais para o cumprimento das funções da empresa.
A deputada do Bloco diz que a empresa está a “brincar com a vida destes trabalhadores que prestam um trabalho muito importante para garantir informação de qualidade aos açorianos e açorianas e que têm um papel muito importante para a própria Autonomia dos Açores, no sentido em que a RTP Açores promove a aproximação entre as nove ilhas”.
O Bloco espera que “todos os processos que estão a decorrer em tribunal e que constituam situações de abusos laborais sejam resultem finalmente na integração nos quadros” destes trabalhadores, e que “após a regularização destas situações, não se volte a repetir o acumular de novas situações de precariedade”.
Ao longo do dia foram ouvidos no parlamento a Inspeção Regional do Trabalho, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais, o Conselho de Administração da RTP e a Comissão de Trabalhadores da RTP.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU