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ATUALIDADE | “Até os tempos não mais serem interditos”, de Filipa Cruz, é lançado hoje na Livraria Letras Lavadas

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“Até os Tempos Não Mais Serem Interditos”, de Filipa Cruz, será lançado hoje dia 4 de Abril às 17:30h, na Livraria Letras Lavadas.

Este, que é o primeiro livro da artista plástica e que foi agraciado com o I Prémio Literário Letras Lavadas, pretende reflectir sobre o que não é imediato, o que não é visível, o que está latente, o constrangimento.
Segundo Leonor Sampaio Silva, prefaciadora da obra e um dos elementos do júri do concurso, a par de Álamo Oliveira e Paula de Sousa Lima, «a poesia de Filipa Cruz revela grande maturidade intelectual e sentido de beleza.

As referências intertextuais que abundam nestas páginas manifestam a erudição acumulada e metamorfoseada em crítica do tempo, renomeação do mundo, magnetização da vida pela palavra. O amor pelo corpo insular é um reflexo do amor pela vida, que aqui se canta, nas suas múltiplas cintilações nupciais».

A apresentação caberá, precisamente, a Leonor Sampaio da Silva.

Filipa Cruz, natural de Viseu, veio viver para os Açores aos cinco anos e toda a sua construção enquanto pessoa e artista está marcada pelo tempo, pelo clima, pela paisagem e pelos materiais dos Açores, assim como pelas pessoas, não havendo um dia em que os Açores não construam o seu imaginário, o seu desejo e o seu sentido estético.

Filipa Cruz interessa-se pelo lado avassalador dos estímulos do Mundo no modo como impacta o Corpo, pelas distâncias e fricções dos Corpos humanos, celestes, insulares, pela infinitude do gesto anódino. Escreve poesia porque as palavras são matéria em movimento, são o porvir, são sonhos, são vísceras e são potência que explora como vibrações e sensação no corpo.

O modo como aborda a arte literária e a arte plástica é muito diferente. Em termos plásticos, a sua produção é limpa, organizada, numa busca pela perfeição e é do campo da tridimensionalidade. Em termos poéticos, a sua produção é expressão, é intensidade, é visceral, é impacto do Mundo no Corpo e é pictórica.

Apesar de “Até os tempos não serem mais interditos” ser o seu primeiro livro, esta não é uma obra fruto da sorte ou pensada especificamente para um determinado fim. Foi pensado como um todo e não como apontamentos dispersos.

A poesia sempre fez parte da sua vida e tem a intenção de continuar a publicar, até porque tem dois projectos em criação literária em desenvolvimento que abordam a experiência insular.

LL/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.