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AGENDA | Compêndio das crónicas “Peixe do Meu Quintal — Lusologias” de  José Soares será apresentado a 24 de Abril em Ponta Delgada 

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O jornalista, editor e investigador José Soares lança o seu mais recente livro  “Peixe do Meu Quintal — Lusologias” no dia 24 de Abril, às 18h00, no Museu  Militar dos Açores — Forte de São Brás, em Ponta Delgada, com edição Letras  Lavadas. 

Condensando em livro as crónicas incisivas, acutilantes, contundentes que o  tornaram procurado semanalmente, pode dizer-se que em “Peixe do Meu  Quintal” estamos perante um compêndio que envolve sociologia, politologia, mas, sobretudo, um valioso contributo ao Jornalismo na sua forma livre e desprendida de praticar a Democracia. 

Neste livro deu-se a supremacia ao relato histórico já publicado em diversos  órgãos da Comunicação Social, condensando num único volume esse pedaço de  História que releva de um tempo e contexto próprios. Tal como aconteceu no  primeiro volume “Crónica dos Regressos” (Calendário de Letras, 2014), o autor  analisa, descreve ou critica, numa perspectiva puramente jornalística, tentando  ir ao encontro do que seria a opinião geral do momento. 

Fruto do convívio social permanente, auscultando, perscrutando, indagando, o  autor tenta dar voz a essas mesmas ansiedades e receios sociais. 

Usando em muitos casos a sua própria experiência de vida, o autor delega, como  tudo o resto, qualquer ‘verdade absoluta’ da sua parte. 

Fica, no entanto, o registo histórico de mais um exemplo descritivo da transição  do século XX ao XXI, vivido e experimentado numa vida recheada de  acontecimentos que marcaram as últimas décadas. 

No livro que será apresentado por Pedro Almeida Maia, constata-se, sobretudo,  o espírito genuíno da Liberdade, conquistada a partir daquele 25 de Abril de  1974. O seu lançamento na véspera que perfaz 50 anos desse dia, mais não é do 

que a expressão e continuidade da vontade de todos aqueles que o desejaram há  muito. 

Os pedaços d’Ilhas retratados neste livro, espelham bem a livre expressão que  contrasta com algumas crónicas do autor, escritas em 1970 no “Correio dos  Açores”, depois de censuradas pela PIDE. 

Segundo o historiador Sérgio Rezendes, «O ‘peixe’, a dádiva da sua visão para os  que o quiserem ler, manifesta-se pelo rolar da pena na Imprensa escrita local, permitindo-nos pulular no tempo e entender este jovem Pontadelgadense,  volvido mais de meio século, numa visão madura sobre o que o cerca, como  patrício que é, numa dicotomia entre o amor à sua Terra e Língua, à política, à  religião, à opressão (e miséria) de tempos idos e à injustiça, numa constante busca  pela superior Razão de temas como o bem-estar das gentes; a Justiça social dos  Povos; o modus de política local, nacional e internacional (seja antiga ou  contemporânea) ou meramente por flagelos actuais como a subsidiodependência, a tirania dos sistemas bancários ou o controlo social pela  ignorância». E remata «José Soares é uma fonte viva e emotiva de conhecimento  e de valores que tendem a desaparecer; um companheiro de jornada a quem,  acima de qualquer dúvida, a nobilíssima personalidade cativa toda e qualquer  leitura, do que tão bem sabe escrever». 

Já Onésimo Teotónio Almeida admira a tenacidade e pró-actividade do jornalista  «José Soares é homem batido pela vida. Desde 1970 que reclama e barafusta nos  jornais clamando contra maus procedimentos, injustiças, tacanhez de vistas que  ele topa por todo o lado, com a ajuda do ar lavado que trouxe de um vasto país  como o Canadá. Por lá sentiu nas costas o peso da emigração e também por  aquelas terras imensas se envolveu em várias instituições comunitárias, por vezes  fora do circuito luso (…). O presente volume é uma recolha dessas intervenções  escritas. Elas transmitem as convicções, os valores, os ideais por que pugna o seu  autor, expressos com a vivacidade, a garra, a genica que o caracterizam». 

LL/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.