SÃO JORGE

AÇORES | Queijo São Jorge DOP envelhece e apresenta-se com 40 Meses de cura

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 Chega ao mercado a Edição Especial Queijo São Jorge DOP 40 Meses. Pela primeira vez, o exclusivo queijo açoriano, produzido unicamente na ilha de São Jorge, é apresentado pela LactAçores e a Uniqueijo com uma cura que excede os 36 meses, a última no mercado. Trata-se de uma verdadeira iguaria para os apreciadores de queijo, que se torna ainda mais única pelo limitado tempo de venda.

“É a primeira vez que é comercializada pela LactAçores uma cura de 40 meses do Queijo São Jorge DOP. Esta edição é, sem dúvida, muito especial para nós e transmite o saber dos produtores da ilha de São Jorge e a alta qualidade dos produtos açorianos. Acreditamos que será acarinhado também pelo consumidor final, que tem agora a oportunidade de provar um queijo com muita tradição e um sabor único, que se adequa à mesa dos portugueses, sobretudo na época de festas que se aproxima”, refere Nuno Ferreira, Diretor Comercial e Marketing da LactAçores. “Na LactAçores assumimos aquilo que acreditamos ser um papel fundamental na promoção dos lacticínios açorianos, representado a união de cooperativas das ilhas de São Miguel, São Jorge e Faial. Temos o privilégio de trabalhar com uma matéria-prima de excelência que permite apresentar produtos de sabores genuínos. O Queijo São Jorge DOP 40 Meses vem nessa continuidade, de elevar cada vez mais a nossa oferta, permitindo que os consumidores tenham acesso a um queijo de cura prolongada, distinto pelo seu sabor, uma verdadeira relíquia para os apreciadores de queijo”, comenta José Carlos Serrão, director-geral da LactAçores.

Produzido na Uniqueijo – União de Cooperativas Agrícolas de Lacticínios de S. Jorge, UCRL, e comercializado pela LactAçores, o Queijo São Jorge DOP (Denominação de Origem Protegida) passa assim a estar presente no mercado com cinco curas diferentes, que vão desde os 4 até aos 40 meses, passando pelos 7, 12 e 24 meses de cura, cada uma com um sabor próprio, adequado às preferências de cada apreciador. Para os mais exigentes, esta cura mais prolongada confere ao Queijo São Jorge um aroma ainda mais intenso e um sabor picante com um final elegante, com um perfil equilibrado, produzido exclusivamente com ingredientes naturais.

“É uma honra apresentar esta edição especial de uma cura de 40 meses do Queijo São Jorge DOP, que reflete a história de dedicação, perseverança e trabalho árduo do povo jorgense, que todos os dias garante a alta qualidade e os rigorosos parâmetros de controlo alimentar de um dos produtos mais ricos da ilha. Com o recurso às tecnologias e métodos de fabrico mais modernos, mantemos aos dias de hoje a produção de um produto de cariz artesanal de forma segura, que respeita a tradição com mais de cinco séculos. De geração em geração, a dedicação e o trabalho diário permitiu preservar este produto tão carismático da ilha de São Jorge, único no mundo, criado com leite de características distintas que apenas as pastagens da Ilha de São Jorge podem oferecer”, afirma António Aguiar, Presidente do Conselho de Administração da Uniqueijo.

O Queijo São Jorge DOP, reconhecido a nível nacional e internacional, é produzido em exclusivo na ilha de São Jorge há mais de 500 anos, desde a sua descoberta em meados do século XV, com o início do povoamento da ilha. Beneficiando de um clima diferenciado, a ilha de São Jorge oferece pastagens também elas únicas, a cerca de 600 metros de altitude, cobertas por um nevoeiro intenso que provoca uma humidade constante durante todo o ano. Estas condições edafoclimáticas, que se encontram apenas em São Jorge, são responsáveis por uma pastagem rica na ilha, abundante nas zonas de média e elevada altitude, repleta das chamadas ervas de misturas, que lhe dão características particulares que se refletem nas propriedades do leite, que se juntam à perícia e ao saber dos queijeiros jorgenses. Das nove ilhas açorianas, apenas São Jorge apresenta pastagens desta riqueza em diversidade botânica, que se estendem ao longo de paisagens vulcânicas férteis. Alimentadas pela mistura constante de ventos frescos e húmidos trazidos pelo clima atlântico, estas pastagens resultam num leite de alta qualidade, com um sabor intenso e marcadamente fresco. Este ambiente natural, aliado aos saberes tradicionais transmitidos de geração em geração, confere ao Queijo São Jorge DOP uma personalidade singular: uma textura firme e quebradiça, um sabor robusto e ligeiramente picante, e um aroma profundo, que reflete a essência selvagem da ilha. O resultado é um queijo que não só enriquece o paladar com camadas complexas de sabor, mas que também carrega consigo a história, a cultura e a alma de São Jorge em cada fatia.

Apesar da longa tradição da produção deste queijo, só em 1986 foi criada a Região Demarcada do Queijo de São Jorge e a regulamentação do registo de Denominação de Origem Protegida (DOP) atribuído à marca Queijo São Jorge. Até aos dias de hoje, são garantidos os mesmos ingredientes desde a sua origem, 100% naturais, a partir de leite de vaca cru, sal, coalho animal e restos da coalhada do dia anterior, com um teor de gordura de 36 por cento.

Esta edição extraordinária merece igualmente um destaque especial. Na promoção do Queijo São Jorge DOP 40 Meses, Alexandre Silva, chef executivo dos restaurantes Loco (com 1 Estrela MICHELIN) e Fogo, ambos em Lisboa, apresenta pratos exclusivos, disponíveis no Fogo até 14 de novembro. A honrar as qualidades deste queijo tão especial, o chef Alexandre Silva alia a sua criatividade e técnica apresentando uma combinação de sabores e texturas que elevam o sabor do Queijo São Jorge DOP 40 Meses.

“O Queijo São Jorge DOP é, para mim, um dos melhores exemplos de um produto português genuíno, que consegue manter a autenticidade e a qualidade desde o início da sua produção, e que nos continua a surpreender. Esta é uma cura extraordinária, que tive o prazer de degustar e introduzir na cozinha do Fogo, que facilmente me inspirou a criar pratos que penso respeitarem esta iguaria tal como merece”, refere o chef Alexandre Silva.

Como propostas, no restaurante Fogo são servidos Cogumelos silvestres no Carvão e São Jorge DOP 40 Meses, Tártaro de Vaca com Tutano e Queijo São Jorge DOP 40 Meses e uma Tábua de São Jorge DOP 40 Meses. O prato de cogumelos e a tábua permanecerão na carta até fim de stock do São Jorge DOP 40 Meses.

Disponível no mercado com curas diferentes, a novidade da cura de 40 meses resulta num queijo de qualidade superior, uma raridade no mundo dos queijos que atinge uma profundidade de sabor única, com notas picantes, de ligeiro sabor a caramelo e torrado, uma textura mais granulada e uma personalidade marcante. Esta edição limitada vai estar disponível no mercado a partir de meados de novembro até início de janeiro, consoante a disponibilidade do produto, com uma produção total de 10 toneladas. Esta é também uma boa sugestão para oferecer no Natal ou para degustar à mesa nas festas que se aproximam.

O Queijo São Jorge DOP 40 Meses tem um PVP recomendado de 10,50€ e vai estar à venda nos principais supermercados e hipermercados e em lojas especializadas.

Curiosidades sobre o Queijo São Jorge DOP

– Produzido exclusivamente na Ilha de São Jorge, o Queijo São Jorge DOP remonta ao século XV, aquando o início do povoamento da ilha. O seu fabrico foi incentivado pela comunidade flamenga que se instalou na ilha, motivada pelos seus conhecimentos e experiência na produção de bens alimentares, que encontraram nas zonas altas da ilha um clima semelhante ao da sua terra de origem, onde produziam carne, leite seus derivados, com destaque para os queijos. Ainda antes do povoamento foi introduzido o gado, o que fez com que desde o início os habitantes recorressem ao fabrico de queijos como reserva alimentar e como forma de aproveitamento do excesso de produção de leite.

– A riqueza e a intensidade do Queijo São Jorge são resultantes das condições edafoclimáticas e orográficas de São Jorge. Fatores como a altitude das pastagens (as mais altas dos Açores) desta ilha húmida, onde crescem gramíneas e trevos únicos que alimentam as vacas que vivem exclusivamente na pastagem (não podem estar estabuladas), a salinidade que chega às pastagens através dos ventos marinhos do Norte e do Sul, o maneio cuidado dos animais – que são ordenados duas vezes por dia, 365 dias por ano – e o facto de ser usado unicamente leite cru (muito rico) por oposição ao leite pasteurizado, garantem esta exclusividade de produção. Os ventos salinos atravessam a ilha, de Sul para Norte e de Norte para Sul, pelo facto de a ilha de São Jorge, conhecida como a ilha do Dragão, ser estreita. As gotículas de maresia são então espalhadas pelas pastagens e, ao comerem a erva com tanta salinidade, as vacas produzem o leite responsável por um queijo aromaticamente expressivo.     

– O Queijo São Jorge DOP é um queijo artesanal, 100% natural, produzido com leite de vaca cru, sal, coalho animal e restos da coalhada do dia anterior. Por questões de segurança e higiene do leite (fundamental quando se trabalha com leite cru), os produtores de São Jorge não podem fornecer silagem de erva aos animais. Outro dos critérios rigorosos é o facto de entre a ordenha e a entrega do leite nas três fábricas não se poder ultrapassar as duas horas, uma vez que se trata de leite cru. Esta é a razão pela qual existem duas fábricas em cada ponta da ilha (Beira e Finisterra) e outra no centro (Lourais). Esta distribuição facilita a vida aos lavradores. Por se tratar de leite cru, o controlo da qualidade deste à chegada dos postos de recolha é permanente. Se um produtor falhar na qualidade do leite é automaticamente penalizado.

– O Queijo São Jorge é um queijo com Denominação de Origem Protegida (DOP), o que significa que em nenhum local do planeta existe algo igual. É único, inimitável e só pode ser produzido numa única das nove ilhas açorianas – São Jorge. Um produto com chancela DOP significa que tem um reconhecimento mundial na sua identidade e que não pode ser reproduzido noutro território que não aquele que lhe deu origem. O Queijo São Jorge é um produto com direitos de propriedade intelectual, tal como o vinho do Porto, o vinho do Pico, o vinho Madeira e dezenas de outros vinhos DOP do país. A forma fácil de identificar um queijo São Jorge é através do selo DOP, que tem obrigatoriamente de estar no rótulo ou na embalagem do queijo.

– O caderno de especificações da DOP Queijo São Jorge não impõe uma raça específica de bovinos. Mais importante do que raça do animal é a alimentação nas pastagens de São Jorge. São as pastagens que dão identidade ao queijo.  

– Não é pelo facto de as três fábricas trabalharem de acordo com o caderno de especificações da DOP São Jorge que o todo o seu queijo passa a ser São Jorge com DOP. Para que isso aconteça, cada fábrica tem de submeter os seus lotes a uma câmara de provadores – devidamente formada e treinada – que, em sistema de prova cega, aprova ou não o queijo. Este processo existe para garantir a idoneidade do queijo junto dos consumidores.

– Cada Queijo São Jorge DOP é cuidadosamente curado e avaliado pela Confraria do Queijo São Jorge, que assegura que apenas os melhores exemplares chegam a consumidor.

– Um queijo São Jorge tem, em média, 10,5 a 11kg. E para isso são necessários entre 120 a 130 litros de leite.  

– O Queijo São Jorge DOP encontra-se disponível nos formatos inteiro, quartos, fatias, rolos e ralado em lojas da especialidade e hipermercados. Sabe-se que há cerca de 200 anos, o queijo de São Jorge já tinha a forma atual – cilíndrica e volumosa, tipo “roda”.

– Disponível em cinco maturações distintas – 4, 7, 12, 24 e, numa edição limitada de 40 meses – cada uma oferece uma experiência de sabor única, desde a suavidade ligeiramente picante até ao perfil intensamente complexo dos queijos de longa cura:

Queijo São Jorge DOP – 4 meses: Versátil e ligeiramente picante, perfeito para acompanhar uma cerveja artesanal ou ser usado em pratos como massas e gratinados.

Queijo São Jorge DOP – 7 meses: Com aroma forte e picante, este queijo semiduro brilha numa tábua de queijos.

Queijo São Jorge DOP – 12 meses: Com um sabor mais intenso e uma textura seca.

Queijo São Jorge DOP – 24 meses: Apresenta uma textura amadurecida, mais seca e quebradiça, com um sabor intensamente picante e uma profundidade aromática inigualável. Perfeito para degustar em finas lascas.

Queijo São Jorge DOP – 40 meses: Resulta num queijo de qualidade superior, com uma profundidade de sabor única, com notas intensamente picantes, uma textura mais granulada e uma personalidade marcada pela elegância.

Queijo São Jorge DOP versus Queijo Ilha

É corrente a confusão entre Queijo São Jorge e Queijo Ilha. O Queijo São Jorge é um queijo com denominação de origem (DOP) e feito obrigatoriamente com leite cru, o que significa que está sujeito a um caderno de encargos com regras muito exigentes e que é avaliado em prova cega por um painel de provadores especializado na matéria. Apenas os lotes que aprovados pelo painel de provadores dão origem ao Queijo São Jorge DOP. O Queijo Ilha é feito com leite pasteurizado e pode ser produzido nas ilhas açorianas de São Miguel, Faial ou São Jorge, não estando sujeito a regras de denominação de origem protegida.

Queijo São Jorge DOP:

– Produzido em exclusivo na Ilha de São Jorge
– Leite cru inteiro
– Coalho animal
– Fermento natural
– Salga direta na massa
– Queijo artesanal
– Características organoléticas distintas, sabor mais pronunciado e rico

Queijo Ilha:

– Produzido em qualquer Ilha dos Açores
– Leite pasteurizado, ou cru, estandardizado
– Coalho vegetal ou microbiano
– Fermentos lácteos (laboratório)
– Cloreto de cálcio
– Lisozima
– Salga em salmoura
– Queijo industrial
– Sabor menos acentuado devido à redução de enzimas e bactérias lácteas

Sobre a LactAçores

A LactAçores é a União de Cooperativas que comercializa lacticínios açorianos, produzidos com os mais elevados padrões de exigência, e com um rigoroso sistema de controlo de qualidade e segurança alimentar. É formada pelas três Cooperativas: Unileite (Ilha de São Miguel), Uniqueijo (Ilha de São Jorge) e CALF (Ilha do Faial). Com 20 anos de atividade, comercializa, em exclusivo, os lacticínios produzidos pelas Cooperativas, tais como leite, natas, queijo e manteiga.

Sobre a Uniqueijo

A União de Cooperativas Agrícolas de Lacticínios de São Jorge, UCRL – UNIQUEIJO, foi criada em 1986, na freguesia de Velas com a integração das seguintes Cooperativas: Cooperativa Agrícola de Lacticínios de Norte Pequeno; Cooperativa Agrícola do Norte Grande (atualmente posto de leite); Cooperativa Agrícola de Leitaria de Santo António; Cooperativa Agrícola de Santo Amaro CRL; Cooperativa Leitaria de Manadas AS; Cooperativa Leitaria da Beira. Mais tarde, em 1991, associou-se a Cooperativa Agrícola de Lacticínios de Rosais e, em 2000, a Finisterra – Cooperativa de Lacticínios do Topo. Por último, em 2007, foi estabelecido um acordo comercial com a Cooperativa dos Lourais. Ainda durante o ano de 1986, foi dado um passo fundamental na produção dos nossos queijos, com a criação da Região Demarcada do Queijo São Jorge e a regulamentação do registo de Denominação de Origem Protegida (DOP) atribuído à marca Queijo São Jorge.

Em novembro de 1991, foi atribuído o estatuto de Entidade Certificadora à Confraria do Queijo São Jorge. As atuais instalações, no Lugar da Beira, em Canadinha Nova, na freguesia de Velas, permitem um controlo constante e extremamente rigoroso dos produtos produzidos com o auxílio dos dois modernos laboratórios que as suportam.

Atualmente, a Uniqueijo agrupa quatro cooperativas: Finisterra, Lourais, Beira e Norte Pequeno, sendo que esta funciona como posto de receção. A Uniqueijo dedica-se à produção, armazenagem, cura e embalamento do tradicional e muito apreciado queijo São Jorge DOP. Nos dias de hoje, a Uniqueijo recorre às mais modernas tecnologias e métodos de fabrico para a criação de um produto de cariz artesanal, para que a tradição dos queijos seja apreciada no seu esplendor à mesa dos nossos clientes.

CA/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.