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AÇORES | Proposta de Orçamento do governo da coligação demonstra estado crítico da Região e “prova que o rei vai nu”

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O Plano e Orçamento para 2026 apresentado pelo governo regional demonstra o estado crítico em que a Região se encontra. “Se retirarmos as verbas do PRR – que já devia estar quase todo executado – prova-se que o rei vai nu”, afirmou António Lima, hoje na abertura do debate.

O deputado do Bloco começou por referir vários problemas graves que a Região enfrenta e que foram criados pelo governo ou que o governo se mostra incapaz de resolver, como a possibilidade de milhares de trabalhadores das IPSS e Misericórdias ficar sem receber subsídio de natal, a privatização ou encerramento da SATA que terá enormes custos económicos e sociais, o adiamento da construção do novo hospital de Ponta Delgada (HDES) e dos centros de saúde de Ribeira Grande e Lajes do Pico, ou o enorme aumento da dívida pública que resulta em grande medida da política fiscal deste governo, que escolheu dar borlas fiscais aos grandes lucros.

António Lima centrou também a sua intervenção na necessidade de combater a pobreza e melhorar o acesso à saúde.

O deputado referiu um estudo da Universidade do Porto – abordado esta semana numa reportagem do jornal Expresso – que mostra que 11 municípios dos Açores estão entre os 20 em que se morre mais cedo e que estabelece uma relação direta deste facto com o acesso à saúde e com a pobreza.

É por isso inaceitável que, sendo os Açores a Região mais pobre do país, o governo deixe na gaveta o Plano Regional para a Inclusão Social e a Cidadania (PRISC) e adie o novo HDES e outros investimentos na saúde.

“O objetivo do PRISC é reduzir a pobreza monetária em 40% até 2028. Hoje esse objetivo é uma miragem! E há um responsável: o presidente do Governo, que escolheu atacar os pobres em vez de combater a pobreza”, acusou António Lima.

Nesta primeira análise ao Plano e Orçamento para 2026 no parlamento, António Lima acusou o governo de irresponsabilidade, por propor um corte de 9% na habitação – se retirarmos as verbas do PRR –, cortes nas pescas e na ciência ligada ao mar que deixam estes sectores em estado crítico, o abandono do sector do ambiente e um corte de 12,5% que esmaga a ação social escolar.

“Nós não temos dúvidas: este orçamento leva-nos cada vez mais para o fundo. É mesmo urgente mudar de política e devolver a esperança às pessoas!”, concluiu António Lima.

BE/AORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.