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AÇORES | O governo de Bolieiro caiu porque os seus resultados são “um desastre no que é essencial”

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O governo de Bolieiro caiu porque os resultados são “um desastre no que é essencial”, afirmou António Lima ontem na Terceira. Com o governo da coligação do PSD, CDS e PPM aumentou a pobreza, as desigualdades, o abandono escolar precoce, o subfinanciamento do Serviço Regional de Saúde e a dívida da Região.

“Se o governo de Bolieiro, do PSD, do CDS, do PPM, do CH e da IL era assim tão bom, então porque é que caiu?”, perguntou o coordenador do Bloco nos Açores, para logo a seguir explicar que os antigos parceiros “fugiram porque o resultado desse governo foi um desastre”.

“Bolieiro dizia que ia reduzir a pobreza nos Açores, e aumentar rendimentos”, mas “a pobreza aumentou nos Açores e temos a maior proporção de população sem abrigo do país”, “Bolieiro dizia que o abandono escolar precoce ia descer”, mas aumentou e “está 20 pontos acima da média nacional”, apontou o coordenador do Bloco. 

Sobre a Saúde, António Lima salientou que “a falta de recursos, a dívida e o subfinanciamento, já ultrapassaram os piores tempos dos governos do PS”.

“Bolieiro e a direita diziam que iam baixar a dívida pública regional”, mas “afinal ela nunca aumentou tanto em tão pouco tempo: mais de 600 milhões de euros em dois anos”.

A precariedade na administração pública manteve-se e a desigualdade entre ricos e pobres aumentou, fazendo dos Açores a região mais desigual do país.

António Lima lembrou também que Bolieiro prometeu “desgovernamentalizar a sociedade”, mas afinal colocou “boys partidários cada lugar possível e imaginário na administração pública”.

“O Chega, que tem por aí uns cartazes a dizer que quer acabar com os tachos, tratou muito bem os tachos de Bolieiro”, apontou António Lima.

A alternativa que o Bloco apresenta é “ter a coragem de enfrentar os grandes interesses que dominam os Açores”, como o negócio que o Bloco denunciou “que garantiu 22 milhões de euros de rendas excessivas ao grupo Bensaúde através da venda de combustível à EDA”. 

O Bloco quer integrar nos quadros todos os precários do Serviço Regional de Saúde e do sector da Educação para “dar dignidade a quem garante que a saúde e a escola funcionam”.

Criar um plano de combate ao abandono escolar precoce, tornar o ensino superior gratuito para os jovens dos Açores, garantir o financiamento adequada ao Serviço Regional de Saúde e implementar novas políticas de fixação de profissionais de saúde são outras das propostas fortes que o Bloco apresenta nestas eleições.

“A direita, com ou sem o Chega no governo, não fará nada disto, e uma nova maioria absoluta do PS será apenas um regresso ao passado”, disse António Lima, que quer o Bloco com mais força para dar esperança no futuro.

Alexandra Manes, primeira candidata do Bloco pela Terceira, salienta que “o Bloco tem dado provas da importância da sua presença no parlamento açoriano” e deu exemplo de duas vitórias na última legislatura: a redução do pagamento de juros da Região à EDA que poupou milhões de euros aos contribuintes e os trinta postos de trabalho que ficaram a salvo depois da ameaça de despedimento pela Câmara Municipal da Praia da Vitória.

“Temos liderado a oposição”, assinalou Alexandra Manes, num jantar de apresentação da candidatura pela ilha Terceira.

A candidata destaca o trabalho de “fiscalização, denúncias e sobretudo apresentando soluções” que o Bloco tem desenvolvido no parlamento.

“Conseguimos poupar milhões aos contribuintes açorianos pelo pagamento de juros de mora à EDA”, um negócio que beneficiava o grupo privado Bensaude em milhões de euros e que “nenhum outro partido teve sequer coragem para denunciar”.

Alexandra Manes lembrou ainda que foi o Bloco de Esquerda que levou ao parlamento o assunto dos despedimentos que a autarquia da Praia da Vitória liderada por PSD e CDS pretendia fazer.

“Conseguimos impedir que 30 famílias fossem prejudicadas, chamando o governo a fazer parte da solução”, disse a candidata.

Alexandra Manes disse também que a “Terceira foi votada ao esquecimento” pela coligação, que não conseguiu qualquer avanço em relação aos investimentos necessários para o porto das Lajes e para o aeroporto, e que deixou o problema da contaminação de aquíferos exatamente na mesma.

Alexandra Manes considera que a utilização civil do aeroporto das Lajes e do Porto comercial podem alavancar o desenvolvimento socioeconómico da ilha Terceira.

Catarina Martins, dirigente nacional do Bloco, e anterior coordenadora nacional do partido, destacou que o Bloco, nos Açores, tem sido “a força da oposição” e “é a força da proposta”.

Nos Açores “tem sido o Bloco a combater pela defesa do salário, pelos serviços públicos que garantem respostas fundamentais a todas as pessoas, e a combater os privilégios e as negociatas em nome de uma região transparente”, disse Catarina Martins.

Sobre a governo de coligação de direita, a dirigente nacional do Bloco diz que foi uma “congregação de trapalhadas”, que aconteceu em cima de uma crise grave, e que piorou os indicadores de desenvolvimento da Região.

“A direita, junta, é só trapalhada e crise em cima da crise”, apontou Catarina Martins.

BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.