AÇORES | Moção que estará em debate na Convenção Regional do Bloco propõe programa alternativo à direita e ao PS
O Bloco de Esquerda Açores realiza a sua VIII Convenção Regional no próximo dia 12 de novembro, em Ponta Delgada. A Convenção vai discutir a Moção de Orientação Global “O Bloco mais forte – um novo rumo para os Açores”, cujo primeiro subscritor é António Lima, atual coordenador regional do partido, e que defende um programa político alternativo ao da direita e ao do PS.
A única moção de orientação global apresentada salienta que “o governo de direita só aprofundou problemas estruturais dos Açores” e acrescenta que “a alternativa à direita não é o regresso à maioria absoluta do PS”.
Por isso, nas próximas eleições regionais o Bloco vai apresentar “um programa de esquerda, alternativo à direita e ao PS”.
Os subscritores da moção destacam o papel do partido ao longo da atual legislatura, referindo que “o Bloco foi firme oposição ao governo de todas as direitas”.
“Combatemos as políticas que condenam os Açores a ser uma região pobre, denunciamos as negociatas entre o governo e empresas de amigos, assim como os grandes negócios que servem os interesses instalados nos Açores, como o milionário negócio do fuelóleo que alimenta com dinheiro público os lucros obscenos do maior grupo económico dos Açores”, lê-se no documento.
Além da oposição firme ao governo, o Bloco apresentou sempre uma alternativa, que “passa por construir uma nova economia, que distribua de forma justa a riqueza, por construir uma região mais coesa social e territorialmente com serviços públicos modernizados e universais que deem resposta atempada e com qualidade”.
Os subscritores da moção assinalam que o resultado da governação do PSD, do CDS, do PPM, apoiados pelo CH e pela IL é uma região mais pobre do que quando a direita chegou ao governo: um mercado de trabalho cada vez mais assente em baixos salários e exploração, uma crise da habitação a crescer e sem solução à vista, um Serviço Regional de Saúde em gestão corrente, subfinanciado e sem investimento, ausência de estratégia para a ciência, a coesão regional e o direito à mobilidade alienados com privatização da SATA, a manutenção da desregulação do turismo iniciada pelos governos do PS, o total abandono da cultura, o desprezo pelos transportes terrestres e um investimento público muito fraco que resulta na fraca resposta às necessidades das pessoas.
“Ao fim de praticamente três anos governo de direita, o discurso é de permanente desculpabilização, o que demonstra a sua incapacidade de promover mudanças que tragam desenvolvimento aos Açores”, refere a moção.
Além disso, os subscritores destacam que “a direita adotou com rapidez o pior dos 20 anos de maioria absoluta do PS: o clientelismo e a distribuição de jobs aos muitos boys foi a sua grande prioridade, para criar a rede de influência e controle político e tentar alcançar a vitória nas próximas eleições regionais”.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU