AÇORES | Maria João Carreiro anuncia novo Centro Tecnológico de Apoio ao Artesanato
A Secretária Regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego anunciou na sexta-feira a criação do novo Centro Tecnológico de Apoio ao Artesanato para apoiar a investigação, a formação e o desenvolvimento de ideias e projetos de empreendedorismo no setor do artesanato.
Maria João Carreiro explicou que este novo serviço público, que está em fase de implementação e que deverá entrar em funcionamento no início do próximo ano, em Ponta Delgada, “surge num contexto de crescimento e de afirmação do Artesanato dos Açores, bem como da necessidade de criar um espaço de conhecimento e experimentação aberto aos artesãos e ao público em geral”.
“O Centro Tecnológico de Apoio ao Artesanato será um espaço para o usufruto de equipamentos e de um vasto espólio, numa lógica de incentivo à investigação técnica e científica, à experimentação e ao conhecimento das técnicas ancestrais que tendem a desaparecer, contribuindo para a formação de uma mentalidade empreendedora entre jovens e adultos”, disse.
A governante falava na sessão de abertura do Fórum Artes e Ofícios – Pensar o Fazer, que está a decorrer no auditório da Biblioteca Público e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
Este evento é promovido através do Centro de Artesanato e Design dos Açores (CADA) e junta artesãos, profissionais e investigadores de reconhecido mérito nacional e internacional dos setores do artesanato, das indústrias criativas, da moda e do design para identificar e analisar os desafios do artesanato na contemporaneidade, designadamente a sua viabilidade económica.
“O saber-fazer artesanal deve ter um lugar central nas atividades culturais e económicas, pelo que esta plataforma de reflexão, que não se realizava há mais de 15 anos nos Açores, é uma oportunidade para debater a viabilidade das artes e ofícios na Região, abordando aspetos como produção, comercialização, procura e oferta e pensar a sustentabilidade económica, social e ambiental como uma componente integrante do ciclo de vida do produto artesanal”, explicou.
Maria João Carreiro destacou alguns dados e indicadores do “crescimento e da afirmação do artesanato dos Açores”, como o aumento do número de artesãos inscritos e com Carta de Artesão, que passou em 537 em 2020 para 622 em 2023, o que dá bem nota de que “este é um setor dinâmico, que se está a renovar e a atrair novo talento”.
Também o número de Unidades Produtivas Artesanais aumentou de 482 em 2020 para 567 em 2023, “sendo que este ano atingimos as 189 UPA’s com selo de certificação ‘Artesanato dos Açores’, o que expressa bem o compromisso dos nossos artesãos com os padrões de qualidade e produção das suas criações que distinguem e diferenciam o artesanato dos Açores”, elogiou.
Desde 2021 já foram aprovadas no âmbito do Sistema de Incentivos ao Desenvolvimento do Artesanato (SIDART) candidaturas no valor total de mais de 600 mil euros. De 2022 para 2023 a verba destinada a este sistema de apoio a projetos de formação, de participação em feiras e exposições, de investimento nas UPA’s ou ainda de projetos de qualificação e inovação do produto artesanal foi reforçada com 70 mil euros, totalizando 200 mil euros para este ano.
O Fórum Artes e Ofícios – Pensar o Fazer, com curadoria de Álbio Nascimento e Kathi Stertzig, da Origem Comum, decorre no âmbito do Hands on Azores, projeto desenvolvido, a par da Missão Empresarial, no contexto do Modamac (cofinanciado pelo FEDER no âmbito do programa INTERREG MAC 2014-2020 da Comissão Europeia).
GRA/RÁDIOILHÉU
