O Secretário Regional da Saúde e Desporto disse hoje em Angra do Heroísmo que o Governo Regional dos Açores está a trabalhar no reforço do serviço de evacuações de doentes, “no sentido de valorizar” esta missão.
À margem de uma reunião com a administração do Hospital de Santo Espírito, onde está estabelecida a coordenação das evacuações de doentes nos Açores, Clélio Meneses referiu a “necessidade de reforçar, valorizar e atualizar todas as regras”, dimensionando o serviço “para aquilo que são as necessidades dos açorianos, para quem uma realidade que muitas vezes é penosa, que tem a ver com a doença, na distância dos cuidados de saúde, tenha uma resposta mais rápida, mais eficaz e mais capacitada”.
Regular e consolidar juridicamente o sistema de evacuações e dotá-lo de meios adequados é o objetivo da intervenção do Governo nesta matéria, mas o Secretario Regional da Saúde e Desporto lembra que a Força Aérea é parte envolvida.
“Há um anúncio de que vai existir mais uma equipa de evacuações da Força Aérea, e é no sentido de, em partilha de responsabilidades, termos melhores respostas, para que um problema que por vezes atormenta as pessoas das ilhas sem hospital, deixe de ser problema, quando as pessoas sentirem que, de facto, cada vez mais rapidamente se consegue dar uma resposta para serem transportados em emergência”, precisou o governante.
Na reunião com a administração do Hospital de Santo Espírito foi abordada a necessidade de atualização das regras das prevenções e presenças físicas, de profissionais de saúde.
Clélio Meneses refere que “o diploma em vigor é de 1997 e nunca houve qualquer atualização”, estando o Governo a diligenciar “para fazer a atualização às reais necessidades deste tempo”.
O governante enalteceu, por outro lado, o esforço do Hospital de Santo Espírito na redução das listas de espera e apontou como exemplo a cirurgia vascular: “no ano passado, havia pessoas de 2014 à espera de uma cirurgia. Isso é absolutamente inadmissível, e com o esforço feito, já se recuperou para 180 dias o tempo de espera”, disse.
“É um trabalho que está a ser desenvolvido, é preciso que haja perceção de que, com a retoma dos cuidados assistenciais, há mais consultas e mais exames e há também mais propostas cirúrgicas. Ora, havendo mais propostas cirúrgicas, não é tanto o número de pessoas que estão à espera, mas o tempo que esperam, e é isso que queremos combater. O tempo de espera é que importa”, frisou.
O Secretário Regional da Saúde enalteceu também os “bons resultados” do combate às listas de espera nos Hospitais de São Miguel e do Faial e recordou o programa CIRURGE “como uma aposta deste Governo no sentido de robustecer a capacidade de dar uma resposta aos doentes que estão em espera. É este o caminho”, referiu.
“O Hospital do Divino Espírito Santo estava numa situação muito pior que todos os outros”, sublinhou Clélio Meneses, lembrando que “quando este Governo iniciou funções”, estavam mais de 12.800 utentes em lista de espera nos Açores, e já há menos dois mil do que havia há dois anos, “sendo certo que há muito mais propostas cirúrgicas”.
“Neste momento em São Miguel, há cerca de seis mil utentes em lista de espera, na Terceira há cerca de dois mil, e no Faial há cerca de mil, o que quer dizer que é proporcional ao ponto de partida”, esclareceu.
“O tempo de espera é determinante. Como Secretário Regional da Saúde fico satisfeito de haver muitas pessoas com proposta cirúrgica e de haver capacidade do sistema para responder à necessidade das pessoas. A preocupação tem a ver com o tempo em que as pessoas esperam, e é isso que queremos reduzir. Queremos cada vez mais cuidados assistenciais, cada vez mais cirurgias, mas cada vez menos tempo de espera”, disse o governante.
GRA/RÁDIOILHÉU