AÇORES | “Escola com mais autonomia, alunos com mais liberdade e professores com menos burocracia”
O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) pela ilha de São Miguel às Eleições Regionais do próximo dia 4 de fevereiro e Coordenador Regional do Partido, Nuno Barata, defendeu, esta quarta-feira, que “a educação é a única forma de retirar Açorianos da pobreza”, propondo “mais autonomia para as escolas, mais liberdade de escolha para os alunos e menos carga burocrática sobre os professores”.
No final de uma visita à Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, o candidato liberal disse acreditar, “ao contrário de alguns que vendem a ideia de paixão pela educação, que a educação é a única forma de retirar cidadãos da pobreza, particularmente numa região pobre como Açores. Só por esta via os mais desfavorecidos conseguem apanhar o elevador social”.
Preconizando “mais autonomia para as escolas”, no sentido de que as unidades orgânicas do sistema educativo regional “possam ter capacidade para definirem os seus currículos e o tipo de oferta formativa que pretendem ministrar”, Nuno Barata diz que tal permitiria também “liberdade aos alunos para escolherem a escola que querem frequentar e o currículo que pretendem seguir”.
Por outro lado, acrescentou, as escolas regionais precisam também “de mais autonomia financeira” para que “possam tomar decisões de acordo com aquilo a que se propõem”, denunciando que a Escola Domingos Rebelo “não paga as contas da luz e não paga a fornecedores desde novembro de 2023”.
“A Escola Domingos Rebelo utiliza de alguma folga financeira da gestão do refeitório para comprar equipamentos necessários ao bom funcionamento da escola. Ora, se uma escola faz uma boa gestão orçamental, deve ter, a tempo e a horas, os financiamentos públicos disponíveis e mais autonomia para fazer uma melhor gestão dos recursos. Esta escola, por exemplo, está sem pagar as contas da luz e sem pagar aos seus fornecedores desde novembro de 2023. E isto não foi por falta de orçamento, porque o orçamento de 2023 estava aprovado e as despesas de novembro e dezembro estavam cabimentadas”, disse.
Assim, para a Iniciativa Liberal, “há uma certa incapacidade do Governo Regional em acudir às necessidades das unidades orgânicas que, de facto, precisam de mais autonomia”.
Mas os docentes também precisam de mais tempo para “se dedicarem ao que verdadeiramente sabem fazer – ensinar”, apontou Nuno Barata, para quem é “fundamental libertar os professores da carga burocrática a que estão sujeitos, para que se dediquem ao que, de facto, melhor sabem fazer que é ensinar os nossos filhos e os nossos netos, as gerações do futuro. Os professores hoje estão atolados em burocracia, o que lhes complica a vida e duplica trabalho. No Século XXI, não há necessidade de nada do que se passa nas escolas hoje em dia. É preciso simplificar e informatizar procedimentos”.
Dívida pública afasta jovens de regressar à Região
Por fim, questionado pelos jornalistas, o candidato e dirigente da IL/Açores apontou falhas nas sucessivas governações regionais, “viciadas em dívida e endividamento”, que afastam os jovens de voltar às suas ilhas.
“Por má gestão e por más escolhas políticas de investimento, a Região tem vindo a precisar, cada vez mais, de aumentar o endividamento, de recorrer a financiamento externo, deixando encargos para as gerações que vem a seguir e, aumentando a dívida pública e aumentando os encargos com essa dívida”, denunciou. Neste momento, prosseguiu, “já são 65 milhões de euros só de juros e encargos com a dívida”, dinheiro que os liberais entendem que “fazem muito falta ao investimento”.
“Se continuarmos a desperdiçar recursos em áreas que não têm retorno, em vez de investirmos na educação, na saúde e na contenção da própria dívida, provavelmente as próximas gerações não vão poder fazer nada por si, o que faz com que os nossos jovens não regressem às nossas ilhas. E tudo isso dá aso ao círculo vicioso de desertificação e envelhecimento. É preciso dizer às mães e às avós desta Região que os nossos filhos não voltam para uma Região endividada”.
Por isso, finalizou o candidato, “não pensem no imediato, pensem no futuro, porque cada euro de dívida contraída hoje é um euro de imposto que vai ter de ser cobrado amanhã. A IL defende que baixar impostos tem de ser feito ao mesmo tempo que se trava o endividamento, porque senão estamos a baixar a receita da Região por via da baixa de impostos, mas estamos a criar para o futuro dívida para pagar encargos. E por aí retiramos liberdade aos Açorianos”.
IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU