O deputado José Pacheco entende que “não faz sentido o Governo Regional ter suspendido os concursos de privatização de parte do Sector Público Empresarial Regional”, nomeadamente no que diz respeito à Azores Airlines e aos hotéis das Flores e da Graciosa – detidos pela empresa pública Ilhas de Valor.
Para José Pacheco, a situação política que se vive actualmente na Região – no seguimento do chumbo do Orçamento para 2024 – não pode ser justificação para acabar com processos que já estavam em curso. Em concreto, no que à Azores Airlines diz respeito, “este processo já estava avançado, já estava decidido o Consórcio que avançaria com a compra de parte da companhia aérea [que faz as ligações dos Açores com o exterior], portanto, não faz sentido suspender o processo que estava a seguir os procedimentos normais”.
O parlamentar acusa mesmo o Governo da coligação de nunca se querer desfazer da Azores Airlines, que ano após ano só tem dado prejuízo à Região, e que já conta com prejuízos acumulados de muitos milhões de euros.
“Isto só prova que o Governo nunca se quis desfazer da Azores Airlines, e são os Açorianos que vão continuar a pagar os prejuízos desta empresa que há muito tempo não serve os Açorianos, mas continua a servir aqueles a quem os anteriores Governos quiseram dar um emprego, depois de saírem de um cargo político”, afirmou.
“Este Governo, apesar de estar de saída, continua a brincar com os Açorianos. Suspender um processo que já estava definido, é uma infantilidade, não faz sentido, e a União Europeia pode ter de intervir, novamente, neste processo. O CHEGA já o disse, e volta a dizer, se a Azores Airlines dá prejuízo, então fecha-se. Aliás, não é só a Azores Airlines, todas as empresas públicas que só dão prejuízos, já deviam ter sido travadas e encerradas”, disse.
José Pacheco acrescenta que “não faz sentido os Açorianos continuarem a pagar milhões todos os anos por uma empresa que, como já vimos na Comissão Parlamentar de Inquérito, tem sido forçada a obedecer a ordens que têm prejudicado a companhia”, reforçou enquanto acrescenta que “cada cêntimo enterrado na Azores Airlines é um cêntimo retirado da mesa dos Açorianos”.
No entanto, o deputado explicou que é necessário proteger a SATA Air Açores, já que é o garante da mobilidade dentro do arquipélago, e alertou que caso o processo de privatização da Azores Airlines não resulte, “que seja a SATA Air Açores a garantir as ligações aéreas entre os Açores e o continente”.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU