“Afinal o Governo Regional interferiu no negócio do “cachalote” e foi devido a essa interferência que a SATA – e todos nós – acabámos por pagar mais sete milhões de euros de indemnização aos donos do avião, que esteve parado cerca de dois anos e os Açorianos sempre a pagar. Afinal há motivo para uma Comissão Parlamentar de Inquérito”. É assim que o deputado José Pacheco reage à notícia de ontem da Antena 1/Açores que dá conta da acta de uma reunião do Conselho de Administração da SATA, de 10 de Novembro de 2020, em que o Presidente da altura, Luís Rodrigues, admite que a transportadora aérea e a empresa proprietária do A330, tinham acordado a devolução antecipada da aeronave por um custo de 15 milhões de dólares.
No entanto, refere a mesma notícia, o Governo Regional terá travado esse pagamento, obrigando a Administração da SATA a negociar outro acordo para pagamento faseado. Um acordo que acabou por custar 23 milhões de dólares, e que só este ano terminou de ser pago à empresa proprietária do “cachalote”, que apenas esteve três anos ao serviço e ficou parado durante dois anos, por não se adequar à operação da Azores Airlines.
“Apesar de os inquiridos que já passaram pela Comissão de Inquérito terem negado qualquer pressão ou ingerência por parte do Governo Regional da altura, torna-se cada vez mais difícil de acreditar que o Governo não sabia o que se passava na SATA”, explica José Pacheco que reforça que o objectivo da Comissão de Inquérito é o de averiguar as causas para os sucessivos prejuízos da empresa e saber se houve responsabilidade política no agravamento das contas.
“Não podemos continuar a deixar que a culpa morra solteira”, justificou o deputado José Pacheco que lembrou que a Comissão de Inquérito à SATA foi despoletada por um relatório do Tribunal de Contas que é demolidor relativamente às contas da SATA entre 2013 e 2019. Um relatório que indicava que a dívida da SATA ultrapassou os 465 milhões de euros naqueles seis anos, indicando que foram gastos 42 milhões de euros no “cachalote”, que se provou não ser o adequado à operação da Azores Airlines.
“O CHEGA não vai parar. São muitos milhões de prejuízo, que todos os Açorianos estão a pagar, e alguém tem de ser responsabilizado por isso. Tal como o CHEGA sempre disse, não se pode manter uma empresa aberta que dá milhões de euros de prejuízo, constantemente. Não se pode manter uma empresa aberta por capricho de um Governo”, conclui o parlamentar.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU