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AÇORES | Carlos Furtado entende que cargueiro aéreo pode resultar em avultados prejuízos

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O deputado independente Carlos Furtado enviou uma carta ao Governo dos Açores alertando sobre os prejuízos que podem resultar da operação aérea exclusivamente de transporte de carga no arquipélago.
A missiva procura salientar as desvantagens inerentes a um modelo de transporte aéreo exclusivamente de cargas, apontando o facto que esta opção criará uma rigidez operacional desfavorável nestes transportes uma vez que tendencialmente será canalizada a carga aérea apenas para esta aeronave. O custo de operação a ser imputado às cargas a transportar é, no entender do deputado, outro elemento que irá condicionar irremediavelmente o sucesso da operação, uma vez que acredita que as obrigações de serviço público dificilmente poderão servir de “chapéu” a esta opção, sendo que acha desadequado renegociar estas obrigações, em função de um avião cargueiro, pelo custo acrescido que isso representa para os contribuintes.

Deste modo, entende ser preferível a transportadora aérea regional adaptar um ou dois aviões Dash8 Q400, para uma combinação de maior carga, conforme documentos anexos, que fez chegar junto com a carta dirigida, combinações estas que fazem parte das versões que a construtora Bombardier projetou com 58 ou 68 lugares para passageiros e capacidades de carga que podem variar entre 2 ou 3 toneladas, libertando-se desta forma os porões das aeronaves para o transporte de produtos urgentes, como seja os produtos frescos e o peixe para exportação.

O parlamentar alerta que não é a primeira vez que opções politicas ingerem na Sata, sendo que a maioria delas tem resultado num aumento das dificuldades operacionais e financeiras da companhia e que esta é uma altura desapropriada para este tipo de situações, tanto mais que a companhia aérea regional está a aguardar a aprovação de um processo de reestruturação, nas instâncias europeias responsáveis, razão pela qual é da maior importância salvaguardar a companhia de constrangimentos evitáveis que inevitavelmente podem fazer a vida aos açorianos ainda mais cara do que atualmente.


O deputado independente pretende com esta comunicação fomentar um diálogo saudável com o executivo e contribuir para a justa gestão do erário público, causa esta fundamental para salvaguardar a sustentabilidade da região, elemento este imprescindível à fixação de pessoas.

RP/ALRAA/RÁDIOLHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.