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AÇORES | Bloco acusa governo de coligação de tentar provocar chumbo do orçamento para fugir às responsabilidades e procurar vitimização

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Perante os dados que mostram o falhanço da política da coligação PSD, CDS e PPM – o aumento brutal da dívida pública, o aumento dos problemas nos serviços públicos de Saúde e Educação e as dificuldades das famílias – o governo está a tentar provocar os parceiros da direita para reprovar o Orçamento. O objetivo do governo é vitimizar-se para tentar sacudir as responsabilidades pelos problemas que criou.

Numa conferência de imprensa após a reunião da Comissão Coordenadora Regional do Bloco de Esquerda, António Lima assinalou a clara mudança de atitude do governo, que antes elogiava o Chega e a IL, e que agora acusa de serem radicais e irresponsáveis.

O objetivo do governo, explicou o coordenador regional do Bloco, é provocar a rejeição do Orçamento para, a seguir, vir dizer que esta é a causa de tudo o que está mal na Saúde, na Educação, na vida das pessoas, e na execução do PRR.

Mas António Lima denuncia esta estratégia da coligação e deixa bem claro que “os problemas estão cá por causa das políticas erradas deste governo e não por um eventual chumbo do orçamento”.

O líder do Bloco apontou alguns dos problemas que o governo provocou e dos quais quer agora fugir com uma estratégia de vitimização.

O aumento da dívida pública da Região era uma das principais críticas dos partidos da coligação aos anteriores governos do PS, mas desde o início do seu mandato, este governo do PSD, CDS e PPM já aumentou a dívida pública em mais de 600 milhões de euros.

“Um aumento da dívida que não serviu para resolver os problemas do Serviço Regional de Saúde, não serviu para resolver os problemas da escola pública, não serviu para acudir as pessoas num momento de crise”, assinalou António Lima.

“A Região está pior, tem mais dívida e serviços públicos em piores condições, devido às opções do governo”, disse o líder do Bloco Açores.

“Desde há alguns meses, o Chega e a IL têm feito tentativas de demarcação, com acordos rasgados e críticas sucessivas ao governo, tentando demarcar-se dos maus resultados da governação”, e agora é o governo que tenta criar um facto político novo – o chumbo do orçamento – “para fugir às suas responsabilidades, vitimizando-se”, e “tentando copiar o que fez António Costa a nível nacional”.

“Isto só significa que há uma intenção de ir para eleições antecipadas, mas não pela forma que seria normal num governo que reconhece a sua incapacidade – que seria demitir-se – mas tentando provocar que outros o demitam”, disse António Lima.

“É uma fuga para a frente, uma jogada tática que revela um total desprezo pelos problemas das pessoas e pelos problemas graves por que passam os açorianos e açorianas, os problemas do Serviço Regional de Saúde, os problemas da escola pública, querendo fugir destes problemas, e vitimizar-se para ter benefícios eleitorais”, acrescentou.

António Lima não dá como certo que o Orçamento para 2024 venha a ser rejeitado no parlamento, mas tem a certeza que é isso que o governo está a tentar provocar.

A resolução aprovada hoje na reunião da direção regional do partido afirma que “o Bloco continua a defender outra política que responda aos problemas das pessoas perante a crise da habitação, que apoie as famílias, que financie e modernize o funcionamento do SRS e garanta recursos públicos, e que salve a SATA e o direito à mobilidade da aventura da privatização, sem tactismos e jogos políticos, colocando em primeiro lugar as pessoas e o interesse dos Açores”.

BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.