O Secretário Regional do Ambiente e das Alterações Climáticas congratulou-se hoje, em Angra do Heroísmo, com o aumento de 3,5% da taxa de reciclagem nos Açores registada em 2021, atingindo 32,3%, mas frisou que a meta da União Europeia para 2025 é de 55%.
Alonso Miguel falava à margem da sessão de apresentação do Relatório dos Resíduos Urbanos dos Açores, referentes ao ano de 2021, que teve lugar na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo.
“É uma subida importante, mas há aqui ainda um longo percurso pela frente ao nível da gestão de resíduos na região, que implica um compromisso de todos, designadamente do Governo Regional, das câmaras municipais, dos operadores de gestão de resíduos e sobretudo da população”, adiantou o governante.
O Secretário Regional disse ainda esperar alcançar esse desígnio com a “colaboração da população”.
“São metas exigentes, mas são as que foram definidas e nós tudo faremos para as atingir. A conclusão do ecoparque de São Miguel dará um contributo importante”, sublinhou.
Das nove ilhas do arquipélago, sete já ultrapassam as metas da União Europeia, com taxas entre os 67,2% no Faial e os 77,9% em Santa Maria. As duas ilhas mais populosas e com maior produção de resíduos, continuam abaixo dos 55%, com São Miguel a atingir 26,7% e a Terceira 19,8%.
“A quantidade de volumes produzidos nas ilhas mais pequenas, tirando Terceira e São Miguel, permite que se faça uma triagem manual, fina, que permite recuperar grande parte dos resíduos recicláveis”, explicou.
No caso da Terceira e de São Miguel, continuou o responsável pela pasta do ambiente, a “triagem é quase sempre industrial, pouco fina, e que leva a que não seja possível recuperar uma quantidade tão grande”.
Foi também registado um aumento na produção de resíduos urbanos em 2021, atingindo 150 mil toneladas, o que, segundo Alonso Miguel, “ficou a dever-se essencialmente à retoma das atividades de hotelaria e restauração e também ao aumento do fluxo turístico, que se verificou em 2021”.
O Secretário Regional admitiu a necessidade de redução da produção de resíduos na região, mas alertou para as dificuldades decorrentes das elevadas importações no arquipélago.
“Vivemos em ilhas e somos obrigados a importar grande parte dos produtos que consumimos e esses produtos, para poderem ser colocados, muitas vezes, no mercado regional, têm de ser embalados de uma forma muito mais elaborada, com vários invólucros”, justificou.
“É difícil conseguir reduzir a produção de resíduos. Evidentemente, passa muito pela consciencialização da população. As pessoas são livres de comprarem aquilo que entenderem, muito mais num mercado globalizado, mas temos de continuar a trabalhar na sensibilização para as pessoas para uma redução”, acrescentou.
No entanto, o governante frisou que se registou “uma melhoria ao nível das operações de tratamento de resíduos, numa altura em que a região já valorizou mais de metade dos seus resíduos produzidos (56,8%)”.
GRA/RÁDIOILHÉU