AÇORES | Bloco exige que o governo preste contas ao parlamento, aos trabalhadores e aos açorianos sobre situação da SATA
O Bloco de Esquerda está preocupado com a situação do Grupo SATA e critica a falta de informação sobre os processos de privatização que estão em curso. Por isso, António Lima, exige que “o governo seja transparente e preste contas ao parlamento, aos trabalhadores e aos açorianos”, que são os acionistas.
“O presidente do governo devia aproveitar as mensagens de boas festas, que são naturais nesta época, para dizer aos trabalhadores da SATA e aos açorianos, em que ponto é que está o processo de privatização da SATA Internacional”, afirmou o deputado do Bloco, hoje, após reunião com o SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos.
O Bloco assinala que o processo de reestruturação e privatização da SATA “tem sido marcado por uma enorme confusão e uma enorme opacidade” desde o início.
É incompreensível que o próprio presidente do governo regional diga que “não está a par do ponto de situação da privatização, porque é a administração que está a tratar”. António Lima lembra que o governo é o representante dos acionistas, que são todos os açorianos, e é o presidente do governo que vai ter assinar e autorizar qualquer privatização.
O presidente do governo “não se pode demitir da responsabilidade de estar à frente deste processo e de comunicar o que está a fazer”, afirmou o deputado do Bloco.
António Lima manifestou também muita preocupação pela falta de informação e de desenvolvimentos sobre o processo de renovação da frota da SATA Air Açores, que é urgente para continuar a “garantir a mobilidade dos açorianos inter-ilhas”.
“Qual é a estratégia para o Grupo SATA?”, questiona António Lima, assinalando a confusão que está instalada: o Governo cancelou a privatização do SATA Internacional, e depois retomou-a, apesar dos alertas do júri do concurso para a falta de capacidade financeira do único concorrente; o Orçamento da Região autorizou a venda do negócio do handling, integrado numa empresa que ainda nem sequer existe e sem que se saiba quais os seus ativos e quantos trabalhadores serão abrangidos; e depois de ajudas públicas de 453 milhões de euros, o Grupo SATA vai terminar o quadriénio 2021/2024 com prejuízos a rondar os 200 milhões de euros.
“O Governo decidiu implementar um plano de reestruturação que está a ser um autêntico desastre para a SATA”, concluiu António Lima.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU