
A Secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, marcou hoje presença na sessão de abertura da III Conferência do Apoio Psicossocial ao Doente Deslocado, que decorreu no Centro Interpretativo de Angra do Heroísmo. A iniciativa, promovida pela Casa dos Açores do Norte, em colaboração com a Liga dos Amigos dos Doentes dos Açores, constituiu um espaço de reflexão e partilha, onde a dimensão técnica do cuidado se cruza com a empatia, a proximidade e o sentido de pertença.
Na sua intervenção, Mónica Seidi destacou as principais políticas públicas desenvolvidas pelo Governo Regional dos Açores no âmbito do apoio ao doente deslocado, sublinhando o reforço da proximidade nos cuidados de saúde. Entre as medidas implementadas, salientou o aumento significativo da deslocação de profissionais de saúde para as ilhas sem hospital, que registou, entre 2019 e novembro de 2025, um crescimento de 23%, correspondendo a cerca de 380 deslocações.
Não obstante este esforço de aproximação dos cuidados às populações, a governante reconheceu que a realidade de uma região arquipelágica implica igualmente um movimento inverso, sendo indispensável a deslocação de doentes das ilhas sem hospital para aquelas que dispõem de unidades hospitalares.
Nesse sentido, a Secretária Regional revelou que, desde 2021, foram deslocados 43 mil doentes açorianos e 29 mil acompanhantes para os hospitais da Terceira, Faial e São Miguel, num investimento que ascende a quatro milhões de euros em diárias atribuídas.
Mónica Seidi enalteceu ainda o papel da Liga dos Amigos dos Doentes dos Açores, enquanto parceira do Serviço Regional de Saúde, destacando não apenas a sua intervenção na vertente clínica, mas também o acompanhamento social prestado aos utentes, componente que considera determinante para o sucesso da resposta global ao doente deslocado.
Relativamente à realidade dos três hospitais da Região, a responsável pela tutela referiu que, desde 2021, foram deslocados mais de 25 mil utentes e 22 mil acompanhantes, maioritariamente para Lisboa, mas também para o Porto e Coimbra. Este conjunto de deslocações representa um investimento de cerca de 24 milhões de euros em diárias pagas pelo Governo Regional, ao qual acrescem 5,3 milhões de euros no âmbito do Complemento Especial do Doente Oncológico (CEDO).
“Mais do que números, estamos a falar de utentes do Serviço Regional de Saúde. É neles que centramos a nossa ação e decisão política”, afirmou a Secretária Regional.
A governante reforçou igualmente que o modelo de apoio ao doente deslocado para Portugal continental assenta num modelo híbrido, integrando um serviço próprio em Lisboa, dependente da tutela, e um protocolo estabelecido no Porto com um parceiro de excelência, a Casa dos Açores do Norte.
Por fim, Mónica Seidi anunciou que se encontra a decorrer um procedimento concursal, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para o desenvolvimento de uma nova plataforma informática dedicada ao doente deslocado, cujo objetivo é eliminar a utilização da credencial de deslocação em papel, modernizando e simplificando todo o processo.
GRA/RÁDIOILHÉU






