SANTO ANTÃO | Entre tradição e modernidade: silagem une famílias e amigos na ‘Quinta Feliz’ (c/ reportagem)

Na ilha de São Jorge, mais concretamente na freguesia de Santo Antão, setembro é sinónimo de silagem. Depois de todo o processo de sementeira e desenvolvimento do cultivo do milho, chega o dia de ensilar e colher aquilo que será o alimento do gado no futuro.
A manhã na vida do agricultor conta sempre com a imprevisibilidade, seja por causa do tempo, seja por avarias que atrasam todo o planeamento deste fim de ciclo.
André Bettencourt, membro da Quinta Feliz, falou-nos sobre este processo do cultivo do milho que, nestes dias de ensilagem, na ilha de São Jorge, conta com a entreajuda da família e dos amigos: seja na confeção do almoço para quem ajuda, seja através daqueles que vêm, gratuitamente, trocar um dia de trabalho com a família Bettencourt — que retribui com um dia igualmente gratuito, a todos ou a parte dos que colaboraram na silagem deste ano.
Dos tempos em que a silagem era feita com mais de uma dúzia de juntas de bois e com uma máquina dos serviços agrícolas, até aos tempos modernos, 2025 revelou-se um bom ano para o milho.
Dos amigos à família, a chamada “troca de mãos” — ou entreajuda — marca presença no quotidiano da ilha e da própria Quinta Feliz, onde o gosto pela natureza, pelo cultivo e pela agricultura cativa aqueles que, há alguns anos, vieram para cá viver, como Marisa Silva.
Dois dias de silo, vários dias de preparação e cultivo, ansiados por alguns, mas que marcam o mês de setembro na ponta do Topo, mesmo em épocas mais modernas.
Há vida no campo: a silagem da Quinta Feliz de 2025 é um registo de vivências enraizadas no cultivo e na cultura moderna da açorianidade.
Banda sonora: Bel Cantus






