AÇORES | Bloco leva ao parlamento voto de protesto contra o aumento das propinas anunciado pelo ministro da Educação

O Bloco levou hoje ao parlamento dos Açores um protesto contra o aumento das propinas anunciado pelo ministro da Educação. António Lima classificou o aumento das propinas como “um ataque direto ao direito à educação e uma afronta às famílias que já enfrentam enormes dificuldades para garantir o percurso académico dos seus filhos”.
A decisão anunciada pelo ministro da Educação marca uma inversão do caminho da redução das propinas que passaram de 1068€ em 2017 para 697 em 2019, a que se seguiu um congelamento que dura até hoje e insere-se numa reconfiguração das políticas de financiamento do ensino superior.
Hoje, no parlamento dos Açores, PSD, CDS, PPM, IL e CH mostraram que defendem o aumento das propinas, porque votaram contra o voto de protesto do Bloco.
O deputado do Bloco de Esquerda alertou que o anúncio do ministro da Educação significa que a partir de agora, com o governo de direita na República, as propinas vão aumentar todos os anos.
“Num país onde o custo de vida continua a subir, onde o alojamento estudantil é escasso e inacessível, e onde as bolsas de ação social são insuficientes, o Governo escolhe penalizar ainda mais quem menos tem”, lamentou António Lima.
Para os Açores, as consequências serão “ainda mais graves”, apontou o deputado, salientando que será mais uma dificuldade a juntar à distância geográfica, à escassez de oferta formativa na Região e aos custos acrescidos de deslocação e alojamento, que “tornam o acesso ao ensino superior numa corrida de obstáculos para os jovens açorianos”.
É ainda mais alarmante que esta decisão surja num momento em que os Açores registam uma quebra de 16,6% no número de candidatos ao ensino superior, face ao ano anterior.
“Em vez de se tomarem medidas para combater esta tendência preocupante, como reforçar a oferta formativa, melhorar os apoios sociais e eliminar barreiras económicas e barreiras desnecessárias nas regras de acesso ao ensino superior, o Governo escolhe agravar o problema, tornando o ensino superior ainda menos acessível”, acusa António Lima.
O voto de protesto apresentado pelo Bloco criticava também as declarações do ministro da Educação que vê o ensino superior como um privilégio reservado a quem o pode pagar.
“A educação é um direito, e não um privilégio! Não aceitamos que se continue a excluir os jovens açorianos do seu futuro!”, afirmou o deputado do Bloco de Esquerda.
O Bloco defende o caminho inverso reforçando ainda o papel da ação social escolar e o aumento do investimento público nas instituições de ensino superior.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU






