
O deputado Francisco Lima acusou hoje o Governo Regional de se ter transformado num “caloteiro institucional”, que não paga aos agricultores, não paga aos fornecedores, não paga os apoios devidos as empresas, não paga as horas extraordinárias vencidas aos funcionários públicos, não paga os apoios que anuncia; “enfim, não paga a tempo e horas a ninguém”.
O parlamentar falava no âmbito do debate de urgência sobre “incumprimentos do Governo Regional” em que revisitou vários escritores portugueses que davam conta exactamente da mesma questão.
Francisco Lima referiu que “um governante que deliberadamente não paga a fornecedores, não paga salários ou pensões, sabendo que prejudica famílias, incorre claramente em pecado mortal contra a justiça, de acordo com a teoria social da igreja que por acaso até é a base de inspiração de alguns partidos políticos”, socorrendo-se de algumas citações bíblicas.
“Para gerir uma Região à beira da falência é preciso ter muita fé”, referiu Francisco Lima ao acrescentar que quem não cumpre com os pagamentos “é condenado pelo Povo em eleições”. No entanto, o mais grave não é perder eleições, mas sim perder credibilidade.
“A falta de confiança que o Povo tem nos políticos não é um problema do Povo, é sim o resultado das atitudes e comportamentos dos políticos”, reforçou.
O líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, também entrou no debate para indicar que, perante o actual cenário, “a salvação da Região faz-se com trabalho e com acção. O passa-culpas, o jogo de pingue-pongue não resulta. Os Açorianos já perceberam que esses «falsos profetas», essas palavras vãs, não vão salvar ninguém senão eles próprios”.
É com medidas concretas que a Região avança, explicou José Pacheco que lembrou que há cinco anos se ouve falar em estudos para os transportes marítimos, se ouve falar em caminhos agrícolas esburacados, “mas depois retiram verbas desses caminhos para dar às freguesias. Isso é campanha para as autárquicas”. Há anos que se fala na salvação da SATA, que se fala da necessidade de se atraírem para a Região professores, médicos, ou polícias, mas se apresentam habitações com rendas de mil euros, bem como se fala da falta de habitação.
“Acabe-se com as várias reservas – ecológicas, agrícolas, turísticas. Deixem as pessoas trabalhar e construir. Estamos a ver ilhas a ficar sem gente, desertificadas, mas temos leis contras as pessoas. A salvação desta Região é com acção e não com um Governo que acusa que a culpa é do PS, mas na verdade o Governo está a dizer ao Povo é que para o PS voltar. E isso, o CHEGA não pode aceitar”, vincou.
Francisco Lima aconselhou o Governo Regional a assumir, “com humildade democrática”, que não tem dinheiro para assumir os pagamentos com que se comprometeu. “Há que assumir: ou é mesmo falta de dinheiro e fica tudo respondido, ou há incompetência e burocracia a mais e tem de ser melhorado”.
Falando dos empresários, dos fornecedores da saúde, ou mesmo dos agricultores saúde que se queixam de falta de pagamentos, Francisco Lima reforça que “na Região temos falta de equilíbrio orçamental e uma falta de tesouraria alarmante e é preciso assumir isso”.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU






