AÇORES | BE. O governo da coligação prometeu um tempo novo, mas cinco anos depois acumula incumprimentos e uma dívida galopante

“Este governo prometeu um tempo novo em que seria possível aumentar apoios a diversos setores, aumentar investimento público, resolver problemas relativos aos trabalhadores da administração pública, salvar a SATA e ao mesmo tempo baixar impostos aos mais ricos sem comprometer o equilíbrio das contas da região”, mas cinco anos depois, não só grande parte dos compromissos não foram cumpridos, como a Região tem “uma dívida pública galopante, enormes déficits orçamentais e um plano de austeridade e privatizações a ser preparado”, assinalou António Lima, hoje no parlamento.

A grande promessa de regime deste governo era salvar a SATA, mas hoje o que está em cima da mesa é a hipótese de fechar a companhia aérea, como assumiu o secretário regional das Finanças esta semana.

“O mesmo governo que durante quase 5 anos fingiu que a sua política para o transporte aéreo era maravilhosa e que a Tarifa Açores era remédio para todos os males, agora ameaça as pessoas, os trabalhadores e a economia com o encerramento de uma empresa que é fundamental para a nossa economia”, afirmou o deputado do Bloco.

Na Saúde, o governo não cumpriu a promessa de alcançar a cobertura total de população por médico de família e enfermeiro de família, os novos centros de saúde da Ribeira Grande e das Lajes do Pico continuam sem avançar e as obras de requalificação do HDES – que o governo anunciou para 2025 – estão muito longe de começar, e ainda nem há plano funcional.

Em relação aos trabalhadores, na Educação, “tantas vezes o governo regional prometeu deixar de recorrer à precariedade dos programas ocupacionais”, mas hoje “ainda assume que as substituições de trabalhadores continuarão a ser feitas assim”, e na Saúde continuam por pagar as valorizações remuneratórias que se arrastam em planos de pagamento ‘ad eternum’”.

António Lima assinalou também que o governo não está a resolver os problemas de falta de habitação, porque os projetos do PRR não estão concluídos e não serão suficientes, mas também porque continua sem haver qualquer regulação que limite a saída de casas do mercado habitacional para o alojamento turístico.

Na área social, a total ausência de investimentos em creches e lares de idosos fazem com que as listas de espera sejam enormes.

O deputado do Bloco assinalou também os atrasos do governo no pagamento de apoios na agricultura, na cultura, nos programas de manutenção de emprego, no Solenerge e no Proenergia.

Mesmo perante estas evidências, o governo passou o debate a falar de uma economia pujante. “Se a economia está tão bem como diz o governo, porque é que o governo não cumpre os seus compromissos?”, questionou António Lima, concluindo que a coligação está “em processo de negação e com algum desnorte”.

BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU