
A freguesia da Ribeira Quente recebeu a 29 de Agosto o concerto do XV Festival Violas do Atlântico, acarinhando os 3 músicos que participaram no evento com casa cheia no Centro Social e Paroquial.
Depois de receber todas as Violas de Arame Portuguesas ao longo das várias edições, a décima quinta edição do festival foi dedicada à Viola dos Açores. Bruno Bettencourt (Terceira), Orlando Martins (Pico) e Rafael Carvalho (São Miguel), apresentaram as Violas de 15 Cordas e de 12 Cordas tocadas nos Açores, bem como as 3 técnicas tradicionais de execução: com indicador, rasgado ou com o polegar.
No concerto os 3 músicos apresentaram os instrumentos a solo, demonstrando a sonoridade das diferentes técnicas de execução, promovendo depois várias modas tocadas em conjunto, no sentido de evidenciar a importante complementaridade musical de todas estas diversas formas de tanger a nossa Viola Açoriana.
O repertório escolhido teve por base modas tradicionais das 3 Ilhas representadas, desde “Os Bravos”, “Chamarrita do Pico”, “Balho da Povoação”, “A Favorita”, “Pezinho do Pico” ou “Pezinho Velho”, este último, uma moda de São Miguel que foi executada nas 15 edições do festival.
Para além dessas modas, tocadas e cantadas em conjunto, o trio apresentou ainda “Ao Toque do Búzio”, em que Orlando Martins trouxe o tradicional toque do búzio, sonoridade tão usual no passado, nas nossas Ilhas, como forma de comunicação, muito ligada aos avisos de quando eram avistadas baleias, mas não só. Essa conjugação das Violas com o Búzio teve a sua estreia inédia no concerto Música no Forte, a 27 de Julho nas Lajes do Pico, sendo muito bem recebida na altura e agora, novamente, muito aplaudida na Ribeira Quente.
O Festival tem sido uma importante ponte de comunicação, partilha e troca de conhecimentos entre tocadores de Violas de Arame da Região, do País e até do Brasil, sendo, ao mesmo tempo, uma forma de educar os públicos que ao longo de 15 anos acompanham todos os concertos, palestras e iniciativas do evento, para a importância de preservar e valorizar a nossa Viola.
O Festival Violas do Atlântico tem excedido as expectativas e pretensões iniciais da Associação, tendo em conta a sua durabilidade, as redes de contactos estabelecidos, o incentivo e motivação para a concretização de outras parcerias e eventos do género. Mas, acima de tudo, pela forma como continua a movimentar públicos, em especial na freguesia sede da Associação de Juventude Viola da Terra, a Ribeira Quente.
Hoje o conhecimento mais generalizado que temos sobre a Viola, nos Açores o fora destes, deve-se muito ao conceito do Festival com a sua característica de concertos comentados e de proximidade.
VTAJ/RÁDIOILHÉU






