AÇORES | Parlamento aprova proposta do Bloco que dá ao governo um mês para regularizar pagamentos aos técnicos auxiliares de saúde
O parlamento aprovou hoje uma iniciativa do Bloco de Esquerda que dá ao governo o prazo de um mês para começar a pagar aos técnicos auxiliares de saúde de acordo com a nova carreira, incluindo a regularização dos pagamentos em atraso desde 1 de janeiro de 2024.
António Lima explicou que, para os trabalhadores que estão na base desta carreira, por exemplo, são 48 euros que estão a receber a menos por mês. Um valor muito significativo quando estão em causa salários muito baixos.
O deputado do Bloco salienta que “esta é uma questão de justiça laboral, e é, acima de tudo, uma questão de dignidade para quem, todos os dias, cuida da saúde dos açorianos e açorianas”.
O Bloco lamenta as sucessivas promessas do governo não cumpridas e as “desculpas esfarrapadas” que arranjou para adiar a transição destes trabalhadores para a nova carreira de técnicos auxiliares de saúde, que é mais uma demonstração das dificuldades financeiras da Região.
“O problema não é a burocracia, o problema que é o governo está a levar a região para o fundo e quem está a sofrer são aqueles que menos responsabilidades têm, que são os trabalhadores”, apontou António Lima, fazendo referência ao facto de o governo atribuir o atraso ao processo de apreciação e autorização para a transição na carreira.
“Este atraso tem consequências reais e graves, uma vez que os trabalhadores continuam a desempenhar funções exigentes e especializadas sem o devido reconhecimento legal e salarial, acumulando perdas que se tornam cada vez mais difíceis de justificar”, explicou o deputado do Bloco.
“A expectativa era de que o processo estivesse concluído até junho. Estamos em julho. Não há mais margem para adiamentos”, por isso está na hora de finalmente o governo “pagar o que deve”, concluiu António Lima.
Note-se que a situação financeira dos hospitais é muito preocupante: em 2024 o HDES teve 15,8 milhões de prejuízo, o HSEIT teve 2,6 milhões e o HH teve 3,5 milhões de euros de prejuízo.
Se em 2019, enquanto deputada da oposição, a atual secretária regional da Saúde criticava o subfinanciamento crónico dos hospitais dos Açores, hoje, mostra-se incapaz de inverter esta situação.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU
