ATUALIDADE | Afirma Nuno Barata: Azores Airlines já não tem salvação possível e está a prejudicar gravemente a SATA Air Açores

O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamentos Açores, Nuno Barata, afirmou, esta quarta-feira, que “o medo” que os Governos Regionais da coligação tiveram em privatizar a Azores Airlines vai prejudicar gravemente a SATA Air Açores, apontando que os atrasos na resolução do problema levaram mais de 130 milhões de euros dos bolsos dos Açorianos para algo que, “infelizmente, já não tem possibilidade alguma de ser salva”.
Num debate sobre a situação das empresas do Grupo SATA, o parlamentar liberal advertiu que, hoje, o problema da Azores Airlines “já não é um problema da herança socialista” e que se transformou num problema “bem mais grave” do que dívida e juros.
“Em 2022, quando, de facto, a operação estava a correr melhor, o EBITDA, os resultados operacionais, eram bons e aí podia-se falar do grande problema financeiro que era a SATA, da mochila com a carga de juros que vinha de trás, com o peso da dívida da herança socialista. Mas, hoje, o problema não é financeiro; hoje, o problema da Azores Airlines é um problema económico, com EBITDA’s negativos por dois anos consecutivos. E isto é grave, apesar da retoma, do aumento das rotas, do aumento da ocupação, do aumento do transporte de passageiros, de tudo isso, é muito grave”, afirmou.
Para Nuno Barata “já não há um problema de pagar juros e de acartar a dívida às costas. O problema é muitíssimo mais grave e não é da responsabilidade do passado, porque, em 2022, a empresa estava numa rota de crescimento e de consolidação da sua operação. O problema é que, entretanto, a empresa não tem uma gestão operacional decente. E isto é um facto. E é um facto que comprova que tinha razão a Iniciativa Liberal quando em 2021 disse que, se não resolvesse o problema da Azores Airlines, levavam a SATA Air Açores a reboque. Já levaram”.
O Deputado diz que “o Grupo SATA é um daqueles temas que a Região tem de enfrentar, como a Iniciativa Liberal diz desde 2020, com coragem, determinação e arrojo”, porém, reconhece, “coragem, determinação e arrojo foi coisa que faltou aos últimos dois Governos Regionais da coligação”, lembrando, inclusive, que o último acordo de empresa assinado com os trabalhadores da Azores Airlines foi “desastroso” e que “desprezou” os trabalhadores da SATA Air Açores que “foram os sacrificados, porque deram tudo e mais alguma coisa aos tripulantes da Azores Airlines e deixaram de parte aqueles que andam aqui, todos os dias, aos trambolhões interilhas”.
SATA gerida sem emoção
Nuno Barata reconhece que “muitos Açorianos não conseguem atingir a dimensão do desastre” em que se transformou o Grupo SATA, “precisamente porque têm uma ligação emocional com a companhia”, alertando que “o que os Açorianos têm que perceber é que aquilo que se enterra na Azores Airlines, é aquilo que faz falta na atualização das carreiras, nos buracos das estradas, nas tintas nas escolas, ou seja, sai do pelo dos Açorianos todos os dias”.
Para os liberais insulares “o que fez parar o processo de privatização da SATA, há quase dois anos, foi o medo do Governo Regional em enfrentar, com coragem, um problema que tinha pela frente. O resultado vai ser gravíssimo e a IL vai ter de puxar dos galões da irresponsabilidade que esse Governo teve em não privatizar quando era tempo de o fazer”.
Aliás, Nuno Barata tem até dúvidas que a Região consiga cumprir com os prazos aprovados pela Comissão Europeia para privatizar a Azores Airlines: “Eu não sei se vai dar tempo, até ao prazo de 31 de dezembro de 2025, para concretizar aquilo com que o Governo Regional se comprometeu com a União Europeia. O que o Governo vai fazer, provavelmente, é tentar pedir mais um prazo, para continuarmos a enterrar dinheiro numa coisa que, infelizmente, infelizmente, não tem possibilidade alguma de ser salva”.
IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU






