O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral destacou as disparidades regionais e os desafios que existem no mundo no progresso para a conquista da igualdade de género no debate da sessão plenária, em Estrasburgo, sobre as “Prioridades da UE para a próxima sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto das Mulheres”. “A este ritmo na União Europeia estamos a 60 anos de distância deste objetivo, e no resto do mundo ainda precisamos de mais de 300 anos”, referiu.
Para Paulo do Nascimento Cabral, “o contexto socioeconómico e as acessibilidades das regiões são categóricos na conquista da igualdade de género, e só através da garantia de oportunidades para todas essas regiões, que incluam o acesso a recursos de educação, de cuidados de saúde, e de empregabilidade, é que poderemos eliminar as barreiras que afetam desproporcionalmente as mulheres e garantir uma efetiva igualdade”.
Destacando os 30 anos da implementação da Plataforma de Ação de Pequim e considerando os resultados da 23ª sessão especial da Assembleia Geral, que serão discutidos na sessão, o Eurodeputado reiterou que apesar dos progressos, “as disparidades regionais são evidentes, e temos de ser intransigentes na oposição a questões como casamento infantil e mutilação genital feminina, só para dar alguns exemplos”.
A participação da União Europeia na 69.ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher é para Deputado ao Parlamento Europeu fundamental. “Temos de defender as nossas prioridades e liderar pelo exemplo, contribuindo na nossa ação externa com políticas e financiamento adequado para alcançarmos este que é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030”, reiterou.
Na recomendação ao Conselho referente às prioridades da UE para a 69.ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto das Mulheres, adotada esta semana em plenário, foram incluídas catorze alterações, propostas pelo Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral ainda em fase de Comissão, e que evidenciaram precisamente a necessidade de olhar para estas disparidades, e considerar “revisões anuais da Plataforma de Ação de Pequim”, e “estatísticas desagregadas por género e região”. Além disso, defendeu a importância de “analisar os impactos das alterações climáticas numa perspetiva de igualdade de género”, a “criação de programas que coloquem mulheres em posições de liderança”, “garantir legislação que proteja trabalhadoras domésticas e cuidadoras informais”, e “garantir respostas de uma perspetiva que inclua a saúde mental”.
À margem da sua intervenção o Deputado ao Parlamento Europeu Açoriano concluiu que “as disparidades no caminho para a conquista da igualdade de género, acontecem no mundo, na UE, mas também dentro das fronteiras dos países, e Portugal e as suas regiões não são exceção, mas apenas com uma visão global da igualdade de género, poderemos alcançar em pleno o empoderamento económico, a justiça social e uma melhor qualidade de vida para todos”.
PE/RÁDIOILHÉU