AÇORES | Coligação e Chega formam uma “maioria absoluta bota-abaixo” que rejeitou as 40 propostas do Bloco
A aprovação do Orçamento mostra que há hoje uma “maioria absoluta bota-abaixo” que junta o Chega ao PSD, CDS e PPM, partidos que se uniram para rejeitar todas as 40 propostas de alteração apresentadas pelo Bloco de Esquerda.
Após a votação final, António Lima apontou críticas ao Orçamento aprovado porque “falha com a maioria das pessoas”, não dá resposta aos problemas dos serviços públicos como a Saúde e a Educação, não aumenta os rendimentos de quem trabalha, não dá resposta à crise da habitação, não introduz justiça fiscal, e aprofunda um desenvolvimento assente apenas no turismo, que vai gerar ainda mais desigualdade.
O deputado do Bloco lamentou as declarações do presidente do governo regional que considerou que a oposição é um problema: “Quem acha que a oposição é um problema, acha que a democracia é um problema”, afirmou António Lima.
“Esta votação também mostrou que a coligação PSD, CDS e PPM, conta agora com o BFF – Best Friend Forever – José Pacheco e o Chega”, disse o deputado do Bloco.
No debate de ontem, António Lima destacou a proposta que o Bloco apresentou para promover a justiça fiscal, que pretendia aumentar o contributo dos mais ricos e das empresas com lucros acima de 1,5 milhões de euros, para aplicar esta receita na redução para metade do preço dos passes de autocarros e na redução do imposto sobre combustíveis (ISP).
“Quando alguém diz que vai baixar impostos, a primeira pergunta que devemos fazer é ‘a quem?’”, explicou António Lima, assinalando que a redução de impostos aplicada pelo governo da coligação em 2021 foi apenas para os mais ricos e para as grandes empresas.
Por isso, o Bloco apresentou agora uma proposta para aumentar o contributo dos mais ricos e das grandes empresas – aumento nos dois escalões mais altos do IRS e aumento do IRC a partir de 1,5 milhões de lucro. A proposta mantinha, em ambos os casos, taxas inferiores às que são cobradas no continente.
Com o aumento de receita que seria gerado por estas propostas, o Bloco pretendia implementar medidas que beneficiam toda a população: reduzir para metade o preço dos passes dos autocarros e reduzir os custos com os combustíveis para quem tem que usar viatura própria para se deslocar diariamente para o trabalho.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU
