Ainda antes da inauguração do porto de pescas da Ribeira Quente, em 2003, os pescadores reclamavam que a forma como foi projectado não seria a mais adequada. A obra avançou e são raros os anos em que, no Inverno, as embarcações se conseguem abrigar devidamente, mesmo em terra. A isso juntam-se as arriscadas manobras para entrar e sair do porto.
Apesar das dificuldades no mar, as condições em terra não são as melhores, conforme denunciou aos deputados do CHEGA um grupo de pescadores da Ribeira Quente. No segundo dia de Jornadas Parlamentares em São Miguel, os deputados do CHEGA na Assembleia Legislativa Regional e o deputado do CHEGA na Assembleia da República, Miguel Arruda, estiveram na Ribeira Quente onde foram confrontados com as constantes avarias dos mecanismos de apoio à pesca.
“Numa freguesia que vive muito da pesca, é preciso dar ferramentas aos homens do mar para que consigam ter o seu ganha-pão”, começou por dizer o líder parlamentar do CHEGA Açores, José Pacheco, que acrescentou que a grua está avariada. Tal situação obriga os barcos a seguirem para o porto de Vila Franca do Campo, com todos os custos que daí advêm. Já quando o vento está de Sudoeste e de Oeste, o mar galga o porto e os barcos obrigam-se a rumar ao porto da Povoação.
“Um grupo de pescadores diz-nos que a grua de descarregar o pescado – uma ferramenta essencial para os pescadores – está avariada há dois anos. Há dois anos, sem que nada seja feito e estes homens têm de procurar alternativas para poderem trabalhar”, afirmou José Pacheco.
Além disso, o guincho ali existente nunca chegou a trabalhar desde a construção do porto o que sobrecarrega o tractor que ajuda a varar os barcos, que também sofre de constantes avarias, o que tem causado graves constrangimentos aos homens do mar que desesperam por soluções.
O Grupo Parlamentar do CHEGA vai enviar um requerimento ao Governo Regional, exigindo respostas a todos os problemas com que se depararam na Ribeira Quente.
Os deputados constaram ainda que são cada vez menos os jovens da Ribeira Quente que querem seguir a arte da pesca. “O porto da Ribeira Quente está a morrer. Foi feito um grande investimento neste porto, mas depois não se dão as devidas condições para que a pesca seja atractiva. Isto tem de mudar, porque temos um mar imenso e não podemos deixar que os nossos pescadores deixem de trabalhar para que outros de fora venham pescar o que é nosso”, afirmou o parlamentar.
Perante um sector tão forte e com tantas potencialidades, o CHEGA lamenta que os pescadores tenham sido abandonados à sua sorte, sem condições de trabalho – que é uma das consequências da inércia do Governo Regional “que abandonou por completo os homens do mar”.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU