O Alojamento Local foi a resposta mais célere quando começou o despoletar o turismo na Região, tendo-se assistido a um aumento exponencial desta tipologia de alojamento – aumentando a capacidade instalada – que também contribuiu para a recuperação do património devoluto. No entanto, os alojamentos locais deparam-se agora com algumas dificuldades que dependem, sobretudo, da falta de voos para as ilhas mais pequenas.
Foi para perceber essas dificuldades que os deputados do CHEGA, Francisco Lima e Hélia Cardoso, reuniram, na Ilha Terceira, com a Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA) que se mostrou muito preocupada com o aumento da oferta de alojamentos locais na ilha Terceira, sem que tenha havido um consequente aumento do número de ligações aéreas para a ilha.
“O que nos foi transmitido por parte da ALA é que o número de voos é manifestamente insuficiente face à oferta existente na ilha Terceira, particularmente na época baixa”, referiu o deputado Francisco Lima. “Há empresários muito preocupados, porque realizaram avultados investimentos e, provavelmente, não vão ter ocupação na época baixa”, reforçou o parlamentar que indicou que “em causa, está toda uma cadeia de valor que engloba, não só o alojamento local, mas também outras actividades conexas, como a restauração”.
Os empresários também se queixam aos deputados do CHEGA dos constantes atrasos, e mesmo cancelamentos, por parte da SATA, o que condiciona de forma muito significativa esta actividade. De acordo com o CHEGA, “há falta de planeamento de gestão dos voos da SATA”, e o deputado Francisco Lima deu como exemplo a falta de reforço na última semana de Agosto para regresso dos estudantes Açorianos ao continente, provocando um enorme constrangimento à deslocação dos turistas e dos próprios estudantes.
De acordo com o deputado Francisco Lima, “não podemos continuar a ter uma gestão política da SATA, nem ter a SATA a viajar para destinos exóticos, só para satisfazer determinados lobbies instalados”. Para o CHEGA “é preciso, no futuro, haver um reforço do número voos para todas as ilhas, quer para o exterior, quer inter-ilhas, se queremos viabilizar esta actividade. De nada serve continuarmos a aumentar a oferta de camas se não temos forma de fazer os turistas cá chegar”.
O parlamentar entende que é importante que a ilha Terceira “ganhe massa crítica para ser um destino apetecível e rentável para as próprias companhias aéreas, mas é necessário avaliar se a gestão dos destinos é feita pela SATA de forma técnica e racional ou se é feita de forma política e desajustada da realidade”, concluiu.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU