O aumento da criminalidade na ilha Terceira em 2023, comparativamente ao ano anterior, tem sido uma preocupação do CHEGA que esteve reunido com o Comandante da Divisão Policial de Angra do Heroísmo, Júlio Costinha.
Ao deputado Francisco Lima foi transmitido que o aumento da taxa de criminalidade na ilha Terceira fica a dever-se a um aumento dos crimes de violência doméstica, que são cada vez menos tolerados quer pelas vítimas, quer pela sociedade em geral. O aumento dos casos de violência contra idosos é uma das grandes preocupações da PSP, por ser um público-alvo que não denuncia as situações que vivenciam.
O tráfico e consumo de drogas sintéticas assume-se como outra das preocupações do CHEGA, e da própria PSP, já que o actual quadro legal torna difícil o combate a essas drogas, cujos componentes estão constantemente a ser modificados a uma velocidade que não permite às autoridades identificá-los atempadamente como ilegais.
Além do aumento de criminalidade, o deputado Francisco Lima denuncia também a falta de investimento da República na Polícia de Segurança Pública, quer nos recursos humanos, quer nos recursos técnicos e materiais. A dificuldade em aumentar o número de efectivos – para fazer face às aposentações e às várias valências que a PSP passou a acumular – foi constatada pelo Comandante Júlio Costinha, que enfatiza o espírito de sacrifício e dedicação dos agentes para acudir a todas as solicitações, que são cada vez mais.
Actualmente a Divisão Policial de Angra do Heroísmo conta com o mesmo número de efectivos de há 20 anos, no entanto, as áreas de intervenção diversificaram-se e vão muito para além da criminalidade. Há programas de prevenção que é preciso assegurar – por exemplo, “Escola Segura” e “Idosos Seguros” – bem como as valências anteriormente atribuídas ao extinto SEF, a que se juntam todos os eventos culturais da ilha, nomeadamente as touradas à corda, a que é preciso garantir a segurança.
A falta de investimento nas infra-estruturas, nomeadamente no edifício sede da PSP em Angra do Heroísmo, e as viaturas de serviço com uma média de idades de 18 anos, mostram bem o abandono a que as forças de segurança estão votadas na Região.
O deputado Francisco Lima refere que “se não queremos transformar os Açores numa espécie de “República das Bananas”, a República tem de dar mais atenção aos seus próprios serviços e ter em atenção as especificidades dos Açores.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU