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AÇORES | Francisco César defende serviço público de transporte coletivo terrestre de passageiros tendencialmente gratuito

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Francisco César realçou, esta sexta-feira, que os transportes coletivos terrestres devem ser “olhados como um serviço público de serviço aos Açorianos e aos turistas”, defendendo uma nova e mais moderna visão para estes serviços e acusando o Governo Regional da coligação PSD/CDS/PPM de “praticamente ter abandonado o transporte terrestre coletivo de passageiros”.

O Presidente do PS/Açores falava à saída de uma reunião com os dirigentes do Sindicato dos Profissionais dos Transportes, Turismo e Outros Serviços, em Ponta Delgada.

Francisco César defendeu que a Região deve encarar o transporte coletivo terrestre de passageiros “como um serviço público, eficiente, regular, tendencialmente gratuito e em boas condições de conforto e segurança para os seus utilizadores”, lamentando que o Governo Regional “continue a olhar para o transporte coletivo de passageiros como se olhava há 20 anos” e “não tenha feito qualquer tipo de reforma”.

O líder dos socialistas Açorianos vincou que o transporte coletivo terrestre “funciona mal nos Açores”, uma vez que os autocarros “muitas vezes são antigos” e “não são os ideais para as necessidades”.

Por outro lado, Francisco César criticou que existam, nos Açores, “passes para os transportes terrestres entre os 70 e os 80 euros”, quando na Madeira e no continente o “transporte público é tendencialmente gratuito ou, então, com passe com valores muito reduzidos”.

“Alguém que trabalha na Lagoa sabe que, usando os autocarros, não consegue trabalhar na Ribeira Grande. Alguém que está no fim-de-semana na Povoação, sabe que não consegue visitar um familiar no hospital de Ponta Delgada nesses dias. Nós temos de pensar o serviço público de passageiros de outra forma, para que este sirva efetivamente a comunidade, os turistas, a preços acessíveis”, reforçou.

Na questão da mobilidade associada ao emprego, Francisco César defendeu que “o mercado de trabalho de Ponta Delgada tem de estar disponível para as pessoas da Povoação ou da Ribeira Grande e vice-versa”, sublinhando que a chave para isso é “haver mais autocarros a fazer serviço público”.

Ao nível das infraestruturas, Francisco César desafiou o Governo Regional a avançar para a construção de uma central de camionagem na ilha de São Miguel, uma vez que “não podemos continuar a concentrar todo este serviço na marginal de Ponta Delgada, em que as pessoas nem sabem qual o autocarro que devem apanhar para ir para o seu destino”.

“Se esta infraestrutura vai servir a mais populosa ilha dos Açores, então o Governo Regional deve chegar-se à frente, porque a responsabilidade de avançar com este investimento não deve recair apenas sobre um município. Temos de investir a sério, com dinheiro do Orçamento da Região, mas também com fundos comunitários, no transporte terrestre de passageiros”, salientou.

Francisco César defendeu, igualmente, que “devem ser dados passos no sentido de valorizar as carreiras dos motoristas e tornar a profissão mais atrativa”, uma vez que estes profissionais são “uma peça-chave” do sistema.

O Presidente do PS/Açores alertou que o ano escolar “está prestes a começar” salientando que “não estão garantidas as condições em termos de transportes”, porque “não há motoristas” e porque os autocarros, muitos deles, “não têm as condições que se impõem”.

“Isto deve-se, essencialmente, ao atraso deste Governo Regional em lançar o concurso do transporte terrestre de passageiros”, frisou.

“Temos de pensar já o futuro. Nós temos que ter autocarros com boas condições, com infraestruturas de apoio, com um serviço a preços acessíveis, que permita às pessoas trabalhar, visitar a ilha, deslocarem-se, que é o que se exige para os Açores e em qualquer parte do mundo”, defendeu o Presidente do PS/Açores, Francisco César.

GPPS/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.