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ATUALIDADE | Chega garante que prioridade nas creches é para filhos de pais trabalhadores

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Foi aprovada na Assembleia Legislativa Regional uma proposta do CHEGA que pretende que a prioridade para entrada nas creches da Região seja dada a crianças de pais trabalhadores. Um diploma aprovado pelo CHEGA, PSD, CDS e PPM, com abstenção da IL, e votos contra do PS, do BE e do PAN.

Na apresentação do projecto de resolução, a deputada Olivéria Santos informou que têm chegado ao CHEGA várias denúncias “de pais que trabalham, e que não conseguem vaga nas creches, ponderando que um dos pais deixe de trabalhar para poder ficar em casa com os filhos”.

Uma situação que leva o CHEGA a dar prioridade às famílias “dos pais que trabalham e que contribuem para a economia regional”, indicando que se trata de uma questão de “justiça social” já que as crianças cujos pais trabalham ficam sem opção quando as crianças cujos pais não trabalham têm sempre prioridade.

“Não está em causa o acesso às creches, trata-se de uma prioridade nos critérios de admissão”, referiu Olivéria Santos que acrescentou que perante a “escassez de vagas nas creches, aliada à necessidade premente de promover a equidade no acesso a estes serviços, torna-se imperativo proceder a uma revisão da legislação”.

A parlamentar acrescenta que “não estamos a tirar o direito a ninguém, mas as crianças cujos pais não trabalham não devem ter prioridade sobre crianças em que os pais trabalham”.

Perante os ataques dos partidos da esquerda – que acusaram o CHEGA de discriminação e de querer tornar ainda mais vulneráveis as crianças de famílias vulneráveis – a deputada Olivéria Santos dirigiu-se ao Bloco de Esquerda para afirmar que “quando não se tem argumentos, inventa-se”. E reforçou que a única diferença no diploma agora apresentado, é a prioridade, que passa a ser dada aos pais que trabalham, indicando que discriminação é o que está a ser feito agora: “estão a deixar para trás crianças cujos pais trabalham”.

“Não posso admitir que uma mãe que não trabalha e está em casa, vai levar o filho à creche e volta para casa para ver televisão. Eu não consigo conceber isso, enquanto outras crianças ficam de fora quando ambos os pais trabalham e não têm com quem deixar os seus filhos”, argumentou.

Olivéria Santos respondeu também ao Partido Socialista, acusando o partido de querer desvirtuar a proposta do CHEGA. “Os critérios não foram alterados, estão todos lá. Não queremos discriminação, o que queremos é uma prioridade. Os critérios que existiam continuam lá. A única alteração é priorizar, ninguém vai ficar para trás. O CHEGA quer que toda a gente tenha as mesmas oportunidades e haja justiça social para todos”, disse.

A parlamentar acrescentou que “parece que o PS quer continuar a atirar pessoas para o RSI. Se um pai vai deixar de trabalhar, deixar de ter rendimentos e – vai fazer o que o PS quer – vai recorrer ao RSI. Também não nos podemos esquecer que vivemos numa Região com uma taxa de natalidade que está a baixar. As famílias já pensam se vão ter um filho, porque a vida está cara, os ordenados são baixos, não têm casa e não têm creches onde deixar os seus filhos, então, qualquer dia ninguém quer ter filhos”, rematou.

O líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, também entrou no debate para dizer que os partidos da esquerda apenas criticam e não acrescentaram nada à proposta do CHEGA. “Os pais que trabalham não podem ter os seus filhos excluídos das creches. O PS falou em segregação. Eu que trabalho, o meu vizinho que trabalha, não é segregação deixar de fora os filhos destes pais que trabalham? Quando têm de pagar três ou quatro vezes mais quando outros não pagam nada e sabemos onde vem o dinheiro? Isso não é segregação?”, questionou.

José Pacheco acrescentou que o CHEGA se preocupa com as crianças, e “o que me preocupa muito é que há deputados nesta casa que a única coisa que conhecem são as paredes do seu gabinete. Temos de ouvir a realidade, as pessoas estão muito pior nos Açores em termos social. Algum Açoriano aceita que o seu filho não tenha lugar na creche quando os meninos do RSI entram directamente e depois os pais vão para o café e não ficam em casa a cuidar dos seus filhos?”.

Após a aprovação do diploma (por parte do CHEGA, PSD, CDS e PPM, abstenção da IL, e votos contra do PS, BE e PAN) a deputada Olivéria Santos destacou que se vai repor a justiça social na Região. “É um regozijo para o CHEGA e acredito que muitos Açorianos estão a bater palmas, porque vão ter vaga nas creches para os seus filhos e não terão de deixar de trabalhar”, concluiu.

CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.