O CHEGA entende que deve ser criada uma exceção para que possam ser mantidas espécies, ainda consideradas invasoras, como as hortênsias, em espaços públicos como estradas e jardins públicos.
Neste sentido, o CHEGA Açores apresentou uma recomendação ao Governo Regional para que aquela planta – “que é um ícone paisagístico inultrapassável” – volte a ser replantada na chamada “reta da Achada”, na ilha Terceira, de onde foram arrancadas milhares de espécies. O CHEGA pretende também que se aposte na exploração comercial das hortênsias, nomeadamente no seu cultivo e exportação.
Uma medida bastante atacada por todas as bancadas, nomeadamente por parte do Governo Regional, que não pretende desclassificar as hortênsias como espécie invasora, indicando que a mesma pode ser venenosa para os animais.
“Temos hortênsias há 150 anos nos Açores. Uma vaca tem de comer dois contentores de hortênsias para morrer”, indicou o deputado José Paulo Sousa na apresentação da proposta em plenário, que reforçou que “infelizmente estamos a testemunhar uma crescente tecnocracia extremista e não podemos sucumbir a radicalismos”. O parlamentar indicou que as “abordagens extremistas não são adequadas para a nossa Região, e vão trazer mais danos do que benefícios”.
Também o líder parlamentar, José Pacheco, refutou as comparações do Bloco de Esquerda de hortênsias com conteiras, indicando que nos locais das hortênsias cortadas estão agora “silvas e ratos” e reforçou que “caminhamos para proibir tudo nos Açores”.
A deputada Hélia Cardoso refutou o argumento que a hortênsia “não é endémica e foi importada”, indicando que assim também seria necessário arrancar mais de metade das plantas e árvores, por exemplo, do Parque Terra Nostra, em São Miguel. A rentabilidade que a exploração comercial de hortênsias pode trazer aos Açorianos e os milhares que serão necessários para arrancar esta espécie na Região – “quando há tantos caminhos agrícolas para limpar, por exemplo” – deveria funcionar como incentivo para se apostar nesta planta, que já se tornou um símbolo das paisagens Açorianas.
No final do debate, o projecto de resolução foi reprovado, tendo merecido a aprovação apenas do Grupo Parlamentar do CHEGA.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU