AÇORES | Bloco defende solução na Europa que evite privatização da SATA para proteger viagens dos residentes e exportações da Região

A Comissão Europeia tem que perceber a importância que a SATA tem para os Açores e permitir uma renegociação do Plano de Reestruturação que evite a privatização da companhia aérea, para proteger a ligação dos residentes dos Açores ao exterior da Região e as exportações dos produtos produzidos no arquipélago.

Aurora Ribeiro, que visitou hoje a Fruter, uma cooperativa de produtores agrícolas cujo trabalho depende muito de um bom sistema de transportes que permita a exportação dos seus produtos para o resto do país e para outros países da Europa, defendeu também um trabalho em conjunto dos Açores com as restantes Regiões Ultraperiféricas da União Europeia para a concretização de um programa específico de apoio aos transportes nestas regiões mais afastadas do centro da Europa.

É preciso “trabalhar com as outras RUP para que, a nível europeu, se perceba esta necessidade”, explicou a candidata dos Açores na lista do Bloco às eleições europeias.

Em causa está a criação do chamado POSEI Transportes, como os programas específicos de que já existem de apoio às Pescas e à Agricultura.

“A procura dos produtos açorianos podia crescer na medida em que se pudesse dar resposta às necessidades… se não conseguirmos pôr os produtos lá fora, como é que vamos conseguir fazer crescer o nosso mercado nos outros países?”, questionou a candidata.

Sobre a SATA, Aurora Ribeiro alerta para a situação limite em que a companhia aérea está, com aviões avariados, cancelamentos constantes e aviões sobredimensionados para as rotas que realizam, com a criação de novas rotas que nada têm a ver com os Açores, para concluir que “o atual plano de negócios, que prevê a privatização, claramente não está a resultar nem a nível financeiro nem a nível operacional”.

Tendo em conta que a própria Comissão Europeia “já admitiu que a maioria dos serviços que a SATA presta são serviço público e rotas de especial interesse para a população”, Aurora Ribeiro defende que haja “uma exceção para a SATA, para que não seja vista como uma companhia aérea qualquer, uma vez que opera num mercado completamente diferente”.

A candidata do Bloco lembra que foi “o governo que disse que ia salvar a SATA”, que está a deixar a companhia aérea nesta situação limite.

BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU