SÃO MIGUEL | Coliseu Micaelense reflete “alma aberta e acolhedora do povo açoriano”, sublinha Berta Cabral
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, afirmou, esta sexta sexta-feira, em Ponta Delgada, que o Coliseu Micaelense conseguiu, ao longo de mais de um século, uma capacidade de adaptação e inclusão que faz do espaço “um verdadeiro palco plural, refletindo a alma aberta e acolhedora do povo açoriano”.
“O Coliseu desempenhou – e desempenha – um papel crucial na educação de tantas gerações. Formou o respeito e o envolvimento pela nossa herança cultural nas práticas sociais, garantindo que a nossa identidade se mantivesse viva e relevante”, declarou Berta Cabral, que falava na cerimónia do 107.º aniversário do Coliseu Micaelense, em representação do Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro.
A governante enalteceu todos os “empreendedores e destemidos” que estiveram na génese do Coliseu Micaelense e os que conseguiram manter, até ao presente, aquela que classificou como sendo “um templo das artes, uma testemunha viva da riqueza cultural dos Açores, e um palco privilegiado onde se representam, desde a primeira hora, as mais ecléticas expressões artísticas”.
Recordando todas as atividades culturais que a maior sala de espetáculos dos Açores recebe ao longo do ano, a governante destacou, a título ilustrativo, os tradicionais Grandes Bailes de Carnaval que, desde 1921, são um evento âncora na programação anual e atual do Coliseu Micaelense.
Berta Cabral destacou a importância de se preservar “um património inequívoco, cenário de tantas vivências e lugar onde se respiram e escrevem histórias”, como é o caso do Coliseu-
E prosseguiu: “Esta memória convoca-nos não apenas a festejar, mas também a reconhecer, em ambiente de festa, o relevante papel que pessoas e organizações legaram à dinamização da vida coletiva de Ponta Delgada, através deste espaço. A longevidade, que hoje assinalamos, também se deve ao facto de, ao longo de todas estas décadas, ter havido a sabedoria necessária para conciliar duas exigências nem sempre coincidentes: por um lado, a adaptação ao ritmo vertiginoso do tempo e por outro, o respeito pela sua matriz fundadora e pela sua marca identitária”.
Para Berta Cabral, “num mundo cada vez mais globalizado, onde as cidades competem por notoriedade e reconhecimento, a cultura emerge como um dos pilares fundamentais na sua diferenciação”.
Neste sentido, considerou que o Coliseu Micaelense se apresenta como “uma espécie de cápsula do tempo e também ponte para o futuro, um futuro que deve continuar a ser símbolo do compromisso com a cultura, um lugar onde os artistas de hoje e de amanhã possam expressar livremente a sua arte e onde o público, cada vez mais cosmopolita, possa continuar a ser parte ativa dessa troca cultural”.
Berta Cabral disse mesmo que, “através das diversas manifestações culturais que timbram a nossa região, o Governo dos Açores tem vindo a impulsionar a natureza humana como um dos seus mais valiosos vértices de promoção turística da região”.
“Ao trilhar um percurso de potencialização de Turismo Cultural e Criativo para todos os meses do ano, estamos no melhor caminho para projetarmos, em colaboração com promotores e agentes culturais, as nossas raízes e abrirmo-nos ao mundo, num cruzamento de tradições e contemporaneidade, onde o passado dialoga com o presente na criação de um futuro promitente”, acrescentou.
Neste caso em concreto, destacou a criação da “Azores What´s On”, uma agenda digital pioneira de divulgação de eventos das nove ilhas do arquipélago, e um dos vários projetos concretizados em prol da dinamização cultural pela via turística.
“Sejamos, pois, um laboratório de novas ideias e projetos, onde a inovação e a tradição se encontram para criar mais e melhor cultura orientada para novos e mais públicos”, concluiu.
GRA/RÁDIOILHÉU