FAIAL | Bloco lamenta que o governo regional se queixe da “herança que recebeu”, mas que nada faça para a resolver
O Bloco de Esquerda Açores, em visita oficial à Ilha do Faial, dedicou este primeiro dia essencialmente ao setor da educação, e lamenta que o governo regional se queixe muitas vezes da “herança que recebeu”, mas que nada faça para a resolver.
Após visitas à EBI da Horta e EBS Manuel de Arriaga, António Lima referiu que “é incompreensível o estado de degradação em que se encontram estas infraestruturas”. A EBI da Horta tem um projeto para uma 2.ª fase de requalificação de parte do edifício escolar desde 2011, e embora o governo da coligação durante três anos o tenha inscrito no orçamento, “este não saiu do papel, sem que sequer 1€ tenha sido executado”, afirma o deputado.
Em relação EBS Manuel de Arriaga, António Lima referiu haver um projeto para resolver o problema do auditório, que se encontra fechado há anos, e que apenas está orçamentado por proposta aprovada do Bloco de Esquerda, mas que, no entanto, lamentavelmente também ainda não foi executado.
Além disso, o deputado do BE apontou questões que se verificam no Faial e que são transversais a toda a região, e às quais o executivo regional não tem dado resposta, referindo-se à falta de recursos humanos nas escolas.
Ao nível de recursos técnicos, nomeadamente terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala, o deputado referiu que “são necessidades extremamente importantes principalmente quando se quer ter uma educação inclusiva, e em ambas as escolas verifica-se uma enorme falta”.
António Lima também evidenciou a contínua utilização de programas ocupacionais para substituição de assistentes operacionais em situações de baixa, quando era algo que o governo regional dizia que ia acabar. “Não está a acabar e continua assim o trabalho precário”, salientou o deputado, relembrando que o BE propôs a integração destes trabalhadores que já estão há mais tempo nas escolas.
O deputado do BE/Açores quis deixar a última palavra para a questão da falta de professores, salientando situações muito preocupantes como é o caso de haver professores com o 12.º ano de escolaridade a lecionar. “Encontramos isto aqui no Faial, que é algo que acontecia nos anos 90”, disse António Lima, frisando que “estamos a regredir décadas”.
Recordou também que o PSD enquanto oposição muito falava na importância de implementar os incentivos à fixação de professores, mas que agora, enquanto governo, nada tem feito, dando como exemplo a dificuldade que é para um professor deslocado arrendar uma casa no Faial, pois as poucas habitações que existem têm preços exorbitantes.
Com isto, António Lima alerta que “quem sofre e é penalizado são as crianças, e por consequência o desenvolvimento dos Açores.”
“É preciso que estes incentivos sejam implementados e implementados rapidamente”, terminou o deputado do BE/Açores.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU