ATUALIDADE | Bloco propõe utilização conjunta de manuais escolares digitais e em papel e defende recreios livres de ecrãs até ao 6º ano
O Bloco de Esquerda propõe a utilização em conjunto de manuais digitais e manuais em papel já a partir do próximo ano letivo e defende recreios livres de ecrãs do 1º ano ao 6º ano de escolaridade. Proposta entregue no parlamento pretende que o governo elabore um documento, recorrendo a especialistas, sobre a utilização saudável de aparelhos tecnológicos.
“São conhecidos vários alertas de especialistas sobre o tempo excessivo de exposição aos ecrãs de dispositivos digitais pelas crianças e jovens e para as suas consequências para a saúde e do ponto de vista pedagógico”, disse António Lima, na apresentação da proposta, após reunião com a Associação de Pais da Escola Tomás de Borba, na Terceira.
Por isso, o Bloco pretende que o governo faça uma avaliação da introdução dos manuais digitais e que elabore um documento, com a participação de especialistas, que dê orientações sobre a utilização dos manuais digitais, por forma a proteger os interesses das crianças e jovens.
O deputado do Bloco reconhece que os manuais digitais têm benefícios, mas salienta que também têm problemas, e por isso defende que é fundamental haver orientações para as escolas no sentido de aproveitar os benefícios e mitigar os problemas.
Tendo em conta que o trabalho de elaboração desta avaliação e produção de um documento orientador exige tempo, o Bloco quer que, já a partir do próximo ano letivo, seja assegurado a todos os alunos das turmas abrangidas pelo Projeto dos Manuais Digitais seja assegurado o acesso gratuito aos manuais em ambos os formatos: digital e em papel.
O projeto de resolução que o Bloco entregou no parlamento propõe também que o governo dê orientações às escolas para implementar recreios sem ecrãs do 1º ano até ao 6º ano de escolaridade.
“Estamos a falar de alunos muito jovens cujo tempo de recreio deve privilegiar o contacto social, a brincadeira, que é fundamental para o seu desenvolvimento social e para a sua integração”, explica António Lima.
“Sabemos que há escolas que já tomaram esta iniciativa, mas consideramos importante que haja uma orientação às escolas sobre como fazê-lo”, acrescentou o deputado.
António Lima afirma que, dos contactos que têm sido efetuados pelo Bloco de Esquerda desde que foi introduzida a utilização dos manuais digitais, de uma forma geral, encarregados de educação, alunos, professores e conselhos executivos têm referido a necessidade de se repensar a introdução dos manuais digitais, porque eles não substituem totalmente os manuais em papel.
Aliás, o Bloco tem conhecimento de que há muitos pais a comprar os manuais em papel porque os filhos têm dificuldades em trabalhar tanto tempo no computador ou no tablet.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU