LISBOA | Lusíadas Saúde reúne especialistas em várias áreas para reflexão sobre o papel da Medicina Narrativa
A Lusíadas Saúde realizará nos próximos dias 19 e 20 de janeiro as II Jornadas de Medicina Narrativa, que este ano serão dedicadas ao tema “Between Life and Death: The Stories that Heal Us” (“Entre a vida e a morte: as histórias que nos curam”).
O evento terá lugar no Auditório do Hospital Lusíadas Lisboa e contará com a participação de pensadores, cientistas e humanistas de excelência em várias áreas do conhecimento e de várias nacionalidades.
No decurso dos dois dias, os vários oradores, nacionais e internacionais, irão partilhar e refletir sobre a importância da Medicina Narrativa nos dias de hoje e o seu contributo para uma abordagem clínica mais humanística e focada em promover o bem-estar no propósito de vida de cada pessoa.
De acordo com a Comissão Organizadora, o objetivo do evento é explorar a importância das histórias e das diversas áreas das Humanidades, tendo em vista a prática de uma Medicina que além de garantir a saúde e a sobrevivência de cada doente, possa entender a sua história de vida como forma de conhecimento para promover o seu bem-estar.
“Este evento representa uma oportunidade de recentrar o foco dos cuidados de saúde no que verdadeiramente importa a quem sofre e a quem cuida. A Medicina Narrativa traz uma ligação próxima com o doente, trabalha a capacidade de nos relacionarmos empaticamente com a pessoa, de ouvir as suas histórias e compreender a sua linguagem única. Podemos ser tecnicamente brilhantes, mas só saberemos cuidar, se o fizermos com proximidade e individualidade”, afirma Margarida Lobo Antunes, Coordenadora do Departamento da criança e do adolescente no Hospital Lusíadas Lisboa e elemento da Comissão Organizadora das II Jornadas de Medicina Narrativa.
O evento conta com um programa diversificado. No primeiro dia serão debatidos temas como o papel das histórias e das memórias, da música e do canto para o bem-estar e para a melhoria do estado de saúde do doente. Será dado destaque, ainda, à importância que a dignidade, o legado histórico e a compreensão das emoções representam para uma prestação mais flexível e criativa nos cuidados de saúde.
O segundo dia das Jornadas irá centrar-se na abordagem de temas pertinentes como, por exemplo, a relação entre a arte e a medicina, o poder curativo da arte, da poesia e do espaço envolvente, a importância da consciência e da autotransformação das histórias de vida, bem como a partilha da experiência e a vivência em ambiente hospitalar.
A Medicina Narrativa assenta no conceito de uma prática clínica realizada com empatia, reflexão, profissionalismo e confiança, cujos alicerces enraízam no reconhecimento da dimensão intersubjetiva da relação clínica e da consequente atenção à história de cada doente. O contacto mais próximo com o conhecimento narrativo permite aos profissionais de saúde uma visão mais holística sobre os seus doentes e a prática de uma Medicina mais personalizada, ao mesmo tempo que propicia espaços de reflexão sobre a sua própria vivência como profissionais a fim de promover o necessário autocuidado.
CISION/RÁDIOILHÉU