REGIÃO | Bloco considera que o mar é central para o futuro dos Açores e defende investimento nas ciências do mar centrado na ilha do Faial
O atraso na obra do Tecnopolo Martec, na Horta, é um sinal do “desinvestimento deste governo no Faial e da sua falta de estratégia para o mar e para a ciência”, disse hoje António Lima. O Bloco insiste que é urgente a criação de uma grande Centro de Investigação Científica sobre o Mar no Faial para que a Região possa liderar no conhecimento sobre o mar e proteger os interesses dos Açores.
“No Faial, há trabalho feito, há pessoas com experiência e percurso nesta área” e é preciso “envolver mais pessoas e mais entidades”, mas o projeto “tem que ser liderado pela Região”, disse António Lima, esta tarde, em visita ao local onde será construído o Tecnopolo Martec.
O coordenador do Bloco assinalou que a única coisa que aconteceu de forma rápida neste processo, até agora, foi o pagamento de 1,3 milhões de euros à Cofaco, uma empresa que fechou duas fábricas, no Pico e no Faial, sem o mínimo de respeito pelos seus trabalhadores.
“Para pagar 1,3 milhões de euros à Cofaco apareceu o dinheiro, mas para concretizar o projeto do Tecnopolo Martec não existiu absolutamente nada”, disse António Lima.
“Isto é um sinal da ausência de investimento deste governo na ilha do Faial e da ausência de estratégia para o mar e para o desenvolvimento científico e tecnológico”, acrescentou.
O coordenador do Bloco disse que “esta falta de visão e de estratégia vai levar a que os nosso mar e os nossos recursos fiquem entregues a quem tem efetivamente uma estratégia para se aproveitar do que nós temos de melhor, e não será em benefício dos açorianos e das açorianas, nem em benefício do desenvolvimento dos Açores”.
Relacionado com esta matéria, António Lima abordou ainda a questão da Lei do Mar e do poder sobre o mar dos Açores, lembrando que o Bloco de Esquerda é o único partido que defende o mesmo nos Açores e em Lisboa: têm que ser a Região a ter poder de decisão sobre o mar do arquipélago.
Quer o PS, quer o PSD, nos Açores defendem que a Região deve ter poder de decisão sobre o seu mar, mas na Assembleia da República estes partidos concordam com a atual lei do mar, que entrega o poder de decisão sobre os recursos do mar dos Açores a interesses que não são os interesses da
Aurora Ribeiro, primeira candidata do Bloco pelo Faial, afirmou que “é muito importante que os Açores continuem a ser um santuário para a biodiversidade”, e defendeu uma aposta na investigação centrada na conservação da biodiversidade e não à procura de novas formas de extrativismo para arrancar riqueza do mar à custa da sustentabilidade ambiental.
A candidata do Bloco insistiu que tem que ser a Região a “assumir a liderança da investigação marinha” e propõe, por isso, a criação de um grande Centro de Investigação para as Ciências do Mar, e manifestou preocupação com a situação de enorme precariedade dos investigadores que trabalham nos Açores.
“Apesar da excelência do trabalho que é feito, apesar de atrair fundos europeus para a investigação, os investigadores não têm qualquer estabilidade laboral para exercer o seu trabalho”, lamentou Aurora Ribeiro.
“Para o Bloco de Esquerda o Faial está no centro da estratégia de futuro para os Açores, devido à importância que tem o mar”, concluiu a candidata.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU